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Israel ataca escritórios do Hamas e mata oito

Por Agencia Estado
Atualização:

Helicópteros israelenses dispararam hoje mísseis contra escritórios do movimento militante Hamas na cidade de Nablus, Cisjordânia, matando oito palestinos, entre eles dois meninos de cinco e oito anos. No dia mais sangrento em dois meses do conflito no Oriente Médio, dois palestinos também foram mortos na Faixa de Gaza - um baleado por tropas de Israel e o outro foi aparentemente vítima de disputas internas palestinas. As Forças Armadas de Israel "atingiram hoje um alto grupo de líderes do Hamas que cometeram atos terroristas e estavam planejando outros", afirmou num comunicado o escritório do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon. Jamal Mansour, 42 anos, um líder do Hamas na Cisjordânia, foi um dos mortos e acredita-se que era o alvo principal. Mansour já havia sido preso diversas vezes pelos israelenses e pela Autoridade Palestina e passou mais de cinco anos em celas de Israel. Jamal Salim, 41 anos, outro líder do Hamas, também foi morto. Depois do ataque, uma multidão de palestinos cercou o prédio, muitos gritando e levantando os braços angustiados enquanto equipes de resgate carregavam os corpos em macas. Na cidade de Ramallah, Cisjordânia, cerca de 7.000 palestinos promoveram uma passeata de protesto que terminou na frente de um posto de checagem israelense no limite norte da cidade. Testemunhas disseram que palestinos abriram fogo de duas direções contra o posto, e soldados israelenses responderam aos tiros. "Israel ultrapassou todas as linhas vermelhas", disse o xeque Ahmed Yassin, líder espiritual do Hamas. "O povo israelense deveria saber que eles vão pagar o preço, e nosso sangue não é barato". Em Washington, a Casa Branca pediu pelo fim da violência, mas evitou criticar diretamente qualquer um dos lados. "Violência é violência, e o presidente deplora a violência na região", afirmou o secretário de imprensa da Casa Branca, Ari Fleischer. Já a Grã-Bretanha criticou duramente o ataque de mísseis israelense. O ministro do Exterior britânico, Ben Bradshaw, disse ter ficado "perturbado" ao tomar conhecimento da ação. "A Grã-Bretanha não pode aceitar os assassinatos seletivos de militantes palestinos cometidos por Israel", afirmou. "Nós e nossos colegas da União Européia temos deixado claro que tais assassinatos são errados e ilegais sob a lei internacional... Esses assassinatos criam um ambiente no qual atrocidades são vistas como justificáveis e levam a nova violência". Ele também pediu à Autoridade Palestina para fazer todo o possível para conter a violência. Um cessar-fogo mediado pelos EUA anunciado em junho nunca foi respeitado, e a violência vem sofrendo uma escalada nos últimos dias. Desde que a atual onda de violência teve início em setembro do ano passado, já foram mortos 548 palestinos e 133 israelenses.

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