Israel atacou 150 alvos no Líbano e conflito se intensifica

Conflito segue intenso enquanto ambos os lados discutem sobre a guerra que já dura 27 dias

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Por Agencia Estado
Atualização:

A aviação israelense atacou 150 alvos na madrugada desta segunda-feira no Líbano, matando ao menos 15 pessoas. Soldados do Estado judeu mataram 10 milicianos do Hezbollah nas aldeias libanesas de Bint Djebeil e Kafr Hula, segundo informações de fontes militares. No conflito o grupo matou um soldado israelense e deixou outros 4 feridos. Os combates se intensificaram nesta segunda-feira após a sangrenta batalha de domingo, quando a guerrilha xiita do Hezbollah matou 15 pessoas e deixou mais de 200 feridas, entre militares e civis. Por sua parte, as forças militares de Israel no sul do Líbano informaram que também no domingo foram mortos 30 milicianos do Hezbollah. Nesta segunda-feira um oficial e dois soldados israelenses ficaram feridos em Oleado. Comandos israelenses mataram outros três guerrilheiros libaneses na cidade de Tiro, onde destruíram sete plataformas de lançamento de foguetes, informaram as fontes israelenses. O Hezbollah lançou aproximadamente 40 mísseis nesta segunda, mas não há informações sobre vítimas. Após 27 dias de guerra, 54 soldados e 36 civis israelenses morreram. Conversas dos dois lados O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, realizará hoje consultas com seu vice-primeiro-ministro, Shimon Peres, e com os titulares da Defesa, Amir Peretz, e de Exteriores, Tzipi Livni, entre outros, a fim de analisar o agravamento da situação dos conflitos, que não possibilitaram o fim dos ataques do Hezbollah a Israel. Segundo fontes militares e policiais, os milicianos do Hezbollah já dispararam aproximadamente 2.700 foguetes Katyusha e mísseis de diferentes alcances contra território israelense desde de o início dos conflitos, que chega hoje ao seu 27º dia. De acordo com um porta-voz militar, o Hezbollah contava com pelo menos 11 mil mísseis e foguetes "apontados contra Israel" no começo as hostilidades. Além disso, a rádio pública israelense informou que uma fonte do Governo, que não quis revelar sua identidade, assinalou que essas operações podem estender-se até o rio Litani, a 30 quilômetros da fronteira entre os dois países. As operações por terra, que contam com a participação de aproximadamente dez mil efetivos, têm como missão criar uma "zona militar especial" ao longo da fronteira entre os dois países, de 110 quilômetros, para afastar os milicianos islâmicos do Hezbollah de Israel. A intenção declarada do Governo israelense é ceder essa zona de segurança a uma força multinacional, que garanta seu controle e apóie as forças do Exército libanês nesse propósito. A esse respeito, o Conselho de Segurança da ONU debaterá nesta segunda-feira, ou na terça-feira, uma proposta de resolução apresentada pelos Estados Unidos e pela França, que contempla um cessar-fogo e inclui também o posicionamento de uma força multinacional no Líbano. Aparentemente, Israel estaria disposto a aceitar a resolução, mas o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, declarou neste domingo que seu país rejeita a proposta. "Todo o Líbano rejeita a minuta de resolução e exige que ela seja reconsiderada, para que haja uma harmonia com o plano de sete pontos aprovado pelo Governo libanês e suas comunidades", afirmou Berri, em entrevista coletiva em Beirute. "Aceitar esta minuta de resolução significaria que as tropas israelenses poderiam seguir ocupando as zonas que já ocupam agora", concluiu. Nesta segunda-feira ministros do exterior da Liga Árabe irão se encontrar em Beirute para discutir sobre a guerra e mostrar solidariedade ao Líbano. Mortes na mesma família Pelo menos seis pessoas da mesma família morreram nesta segunda-feira com os ataques de aviões israelenses aos bairros do sul de Beirute. As mortes aconteceram na localidade de Gazaniye, na área montanhosa que se estende ao sul da cidade de Sidon, a mais populosa do sul libanês.

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