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Israel bombardeia casa de chefe palestino

Por Agencia Estado
Atualização:

Ignorando as críticas internacionais, Israel manteve-se no ataque e hoje um tanque israelense abriu fogo contra a residência do chefe de segurança palestino na Cisjordânia, Jibril Rajoub, que ficou levemente ferido no ataque. De acordo com testemunhas, um dos disparos explodiu dentro da casa, enquanto os outros dois atingiram o lado externo da residência. Dois homens ajudaram Rajoub a sair da casa, com uma das mãos sangrando. Logo após o ataque, ele afirmou à Associated Press que "este foi um novo ataque criminoso contra mim e minha família". Contudo, Rajoub acrescentou que não acreditava que se "tratava de uma tentativa de assassinato". O ministro de Informação da Palestina, Yasser Abed Rabbo, classificou o ataque como uma tentativa de assassinato. "Eles bombardearam sua casa enquanto ele estava lá", disse. O ataque ocorreu em meio a um violento tiroteio entre palestinos e soldados que vigiavam a colônia judaica na cidade de Ramalah. Um soldado israelense ficou ferido no tiroteio. O ataque à casa de Rajoub foi considerada uma surpresa, uma vez que ele é considerado um dos líderes palestinos mais moderados e sua força de Segurança Preventiva não está entre os principais protagonistas dos confrontos dos últimos oito meses. Pela manhã, Rajoub havia recebido um grupo de jornalistas israelenses em sua casa. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, rechaçou hoje as críticas por ter usado caças F-16 contra territórios palestino em represália ao ataque terrorista de sexta-feira, afirmando que Israel "fará o que for necessário" para proteger o seu povo. "Estava disposto a fazer concessões, mas agora temos de nos defender", disse Sharon durante uma reunião com seu gabinete, informou uma rádio israelense. O gabinete de segurança deu ontem plenos poderes ao grupo formado por Sharon, o ministro da Defesa Binyamin Ben Eliezer, e o chanceler, Shimon Peres, para decidir sobre eventuais ataques contra objetivos palestinos. Pela primeira vez desde a guerra árabe-israelense, em 1967, Israel utilizou aviões de combate contra o território palestino. A medida perturbou o governo americano e foi considerada pelo jornal israelense Maariv como "um erro a nível diplomático e estratégico". Desde o início da intifada, em setembro, Israel nunca se havia encontrado tão isolado por causa do uso da força contra os palestinos, considerado extremamente desproporcional pela comunidade internacional. A forte reação ordenada por Sharon foi criticada até pela imprensa israelense. O analista Zeev Schiff, do diário Haaretz, fez um alerta contra a escalada da violência "em direção a uma fase mais extrema e perigosa". Hemi Shalev, do Maariv, disse que os líderes de Israel deveriam "ter mais bom senso"; e Alex Fishman, do Yediot Ahronot, disse que o ataque mostrava "fraqueza e frustração". Em entrevista à rede de TV NBC, o vice-presidente americano disse que os dois lados tinham ido longe demais com o atentado suicida e os bombardeios aéreos em represália ao ataque palestino e reconheceu em tom pessimista que atualmente há poucas possibilidades de uma retomada de conversações de paz. A segurança foi reforçada em Israel em preparação à celebração do "Dia de Jerusalém", que começou ao pôr-do-sol deste domingo. O governo israelense programou uma série de marchas em Jerusalém para mostrar sua posição pela manutenção de toda a cidade como capital do estado judeu.

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