Israel bombardeia Gaza após ataque com foguetes palestinos

Escalada da violência é a mais grave desde o fim da Operação Chumbo Fundido, em janeiro de 2009

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Por Guila Flint
Atualização:

Israelenses observam local onde caiu um míssil Grad, lançado por militantes palestinos. Foto: Eli Herskovitz/Efe

 

 

TEL AVIV - Aviões israelenses lançaram ataques aéreos contra a Cidade de Gaza nesta quarta-feira, horas depois de militantes palestinos terem disparado dois foguetes contra o sul de Israel. Um dos foguetes atingiu a maior cidade da região, Beer Sheva, ferindo levemente quatro pessoas, segundo o Exército israelense. O segundo caiu perto da cidade de Ashdod. O grupo palestino extremista Jihad Islâmica assumiu a autoria dos ataques, afirmando que foram uma represália à morte de oito palestinos em um ataque de Israel próximo à Cidade de Gaza que matou oito pessoas na terça-feira, entre eles duas crianças. A nova onda de violência é considerada a mais grave desde a "Operação Chumbo Fundido" - a ofensiva israelense à Faixa de Gaza, de dezembro de 2008 a janeiro de 2009, que deixou cerca de 1,4 mil mortos do lado palestino e 13 do lado israelense. O vice-primeiro-ministro de Israel, Silvan Shalom, afirmou que se a violência continuar, "não teremos alternativa, exceto uma segunda operação Chumbo Fundido". O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu disse nesta quarta-feira que as forças de Israel continuariam a mostrar "firme determinação" e a realizar ataques: "As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) estão agindo e agirão contra organizações terroristas na Faixa de Gaza", disse o premiê, após os ataques com morteiros e foguetes. "Nenhum Estado está preparado para tolerar ataques com foguetes contínuos contra seus cidadãos", afirmou. Pânico Após os ataques com foguetes palestinos, a prefeitura de Beer Sheva ordenou o fechamento de todas as escolas depois que os foguetes atingiram a cidade, causando pânico na população. O grupo Jihad Islâmico afirmou que os ataques eram "apenas uma reação preliminar aos crimes do sionismo contra nosso povo em Gaza". Outro grupo palestino, o Comitê de Resistência Popular, assumiu a autoria de ataques com oito morteiros que foram lançados contra o sul de Israel. Depois de 26 meses de uma relativa trégua entre Israel e os grupos militantes palestinos da Faixa de Gaza, a nova onda de violência teve início na terça-feira da semana passada, quando dois membros importantes do braço armado do Hamas foram mortos por um bombardeio israelense. O analista militar do canal 10 da TV israelense, Alon Ben David, apontou aquele momento como o início da nova escalada e afirmou que o contra-ataque a morteiros lançados pelos palestinos tinha ido "além das proporções pontuais segundo as quais o Exército israelense costuma reagir" a esse tipo de ataque. Nabil Abu Rodeina, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou Israel de "provocar uma escalada para sabotar as tentativas dos palestinos de uma reconciliação nacional". Nos últimos dias, tanto Abbas - do grupo Fatah - quanto o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Hanyia, vinham mencionando a possibilidade de um encontro para por um fim à cisão entre as duas facções, que já vigora há quase quatro anos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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