Israel caça assassino de cinco israelenses

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Por Agencia Estado
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Tropas israelenses invadiram antes do amanhecer a cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, em busca do assassino de cinco civis israelenses. Mas com a maioria dos militantes já bem escondidos, os soldados abandonaram rapidamente a cidade, depois de derrubar a casa deserta de um líder militante e prender três suspeitos. Israel tem ameaçado dar uma dura resposta aos assassinatos de domingo, num kibbutz no norte de Israel. Entre os mortos estão uma mãe e seus dois filhos pequenos, de cinco e quatro anos, o que provocou uma revolta generalizada no Estado judeu. As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, uma milícia vinculada ao movimento Fatah, de Yasser Arafat, assumiu responsabilidade do ataque de domingo - mas o líder palestino negou que a Fatah esteja envolvida. "Não foi a Fatah", disse ele em seu QG na cidade de Ramallah, Cisjordânia. "Não é a primeira vez que sou acusado por tal tipo de ação. Vocês não devem esquecer que condenamos o ato imediatamente". O grupo Al Aqsa afirma ser leal a Arafat, mas também insiste que promove tais ataques sem buscar a permissão ou informar a liderança palestina. Depois da ação militar de hoje em Tulkarem, de onde teria saído, segundo oficiais israelenses, o atacante, havia expectativa de um iminente assalto do Exército a Nablus, a cidade da Cisjordânia onde o ataque teria sido planejado. Entretanto, não estava claro se os militares de Israel, que têm entrado e saído de Nablus e de outras cidades da Cisjordânia há meses, podem fazer algo muito maior do que têm feito. Israel já destruiu a maior parte da infra-estrutura palestina e mantém detidos atualmente mais de 4.000 homens palestinos. Perseguir atacantes individuais tem provado ser uma tarefa difícil para as forças israelenses. Assim, ao responder a ataques, Israel tem ido atrás de alvos mais fáceis de serem encontrados, como escritórios da Autoridade Palestina, ou promovido detenções generalizadas. Ao escolher uma resposta, o Estado judeu parece estar contido pela pressão dos EUA. Apesar de os americanos terem apoiado a maioria das ações miltares israelenses, Washington quer evitar uma nova escalada na região, no momento em que se prepara para uma possível guerra contra o Iraque, e busca o apoio do mundo árabe. O diário israelense Haaretz, citando altos oficiais de Israel, divulgou hoje que os EUA traçaram linhas claras, dizendo ao Estado judeu que não deve expulsar Arafat ou cercar seu QG, e tem de evitar operações que imponham pressão indevida sobre civis palestinos. O ataque ao Kibbutz Metser foi cometido contra uma comunidade pacifista, conhecida por suas relações próximas com vizinhos palestinos e por apoiar um Estado palestino. Também hoje, cerca de 2.000 palestinos participaram do enterro no sul da Faixa de Gaza de dois meninos, de dois e oito anos, mortos por disparos de soldados israelenses, segundo palestinos. Nafez Mashal, dois anos, foi morto na segunda-feira por tiros disparados de um posto de observação israelense próximo, enquanto jogava bola com outros garotos, disseram palestinos. O Exército israelense negou que as tropas tenham mirado em crianças, e garantiu que seus soldados responderam depois de terem sido atacados a tiros. O outro menino, Mohammed Abu Naja, morreu de ferimentos sofridos em 17 de outubro.

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