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Israel convoca embaixador dos EUA em Tel-Aviv em protesto contra resolução da ONU

Outros representantes de países que votaram a favor da condenação dos assentamentos israelenses em territórios ocupados também foram convocados

Atualização:

JERUSALÉM - Israel convocou neste domingo, 25, representantes de países que votaram no Conselho de Segurança da ONU a favor de uma resolução que condena seus assentamentos em territórios palestinos ocupados, além do embaixador dos EUA em Tel-Aviv, Dan Shapiro, cujo país, pela primeira vez desde 1979, se absteve de vetar uma resolução contra o governo israelense.

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O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu também acusou ontem o governo do presidente americano, Barack Obama, de ter orquestrado o projeto de resolução. "Pelas informações que temos, não há dúvidas de que o governo Obama deu início a isso (o projeto de resolução) e se manteve por trás, coordenando os termos e exigindo que ele fosse aprovado", declarou Netanyahu no encontro semanal do gabinete.

A abstenção americana, combinada com o voto favorável de 14 outros membros, permitiu a adoção do texto.

Para a UE, a decisão de contruir casas em Givat Hamatos marcaria a criação do primeiro novo assentamento em Jerusalém Oriental em 15 anos Foto: Sebastian Scheiner/AP

O porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon, declarou que os representantes de 10 dos 14 membros do CS que aprovaram a resolução eram esperados neste domingo na sede da chancelaria em Jerusalém, apesar de ser feriado pelo dia de Natal. Os representantes esperados eram de Grã-Bretanha, China, Rússia, França, Egito, Japão, Uruguai, Espanha, Ucrânia e Nova Zelândia.

Alguns dos países que votaram pela resolução do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira não têm relações diplomáticas com Israel, caso da Malásia. Outros não têm representantes permanentes no país.

A mídia israelense inmformou que Netanyahu também instruiu seus ministros a suspender suas atividades diplomáticas e contatos com os governos dos países que votaram a favor da resolução por pelo menos as próximas três semanas, quando assumirá o novo presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, que promoteu manter uma relação mais próxima com Israel.

O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, ordenou ontem a suspensão dos contatos de caráter "civil e político" com a Autoridade Palestina, por causa da resolução contra os assentamentos judaicos. A ordem foi dada pelo ministro ao organismo do Exército que coordena as relações com a AP e não afeta por enquanto a cooperação em matéria de segurança, informa o serviço de notícias "Ynet".

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A resolução exige que "Israel cesse imediata e completamente os assentamentos nos territórios palestinos ocupados, incluído Jerusalém Oriental". A ONU, que afirma que as colônias são ilegais com base no direito internacional, alertou nos últimos meses sobre a proliferação das edificações.

Cerca de 430 mil israelenses vivem atualmente ma Cisjordânia, e outros 200 mil em Jerusalém Oriental, que para os palestinos deve ser a capital de seu futuro país.

Apesar de não prever sanções contra Israel, autoridades israelenses temem que a resolução facilite os processos na justiça internacional e encoraje as sanções contra os produtos de suas colônias.

"Pedi ao Ministério um estudo de nossas relações com a ONU no prazo de 30 dias. Ele tem relação com nosso financiamento a órgãos das Nações Unidas como quanto a presença de nossos representantes", disse Netanyahu em um ato público em Jerusalém.

A decisão é uma reação à aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que condena os assentamentos judaicos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental. /NYT, WASHINGTON POST e AFP

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