Israel critica os EUA e diz que decisão da ONU é injusta

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Por Agencia Estado
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Autoridades israelenses consideraram injusta a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de pedir a saída das tropas de Israel das cidades localizadas na Cisjordânia. As autoridades criticaram ainda os Estados Unidos por não terem vetado a resolução. Os palestinos, por sua vez, saudaram a resolução, mas afirmaram que o fato mais importante agora é ver como a decisão será implementada. A votação por 14 votos a favor e uma abstenção, dos EUA, foi considerada uma vitória para os palestinos e para os sírios, que defenderam a proposta no Conselho de Segurança da ONU. O embaixador israelense na ONU, Yehuda Lancry, afirmou que a abstenção norte-americana pode ser vista como uma tentativa de Washington em preservar as boas relações internacionais em um momento em que defende uma ação militar contra o Iraque. "Foi definitivamente uma decepção", disse Lancry, em entrevista a uma rádio israelense. "Mas com a complexa situação norte-americana em relação ao Iraque e seu desejo de não tencionar as relações com seus parceiros europeus, eles preferiram ficar no meio", comentou. O conselheiro do líder palestino Yasser Arafat, Nabil Abu Rdeneh, elogiou o conselho. "A decisão do Conselho de Segurança da ONU é um passo na direção certa", afirmou. "A abstenção dos EUA foi uma clara crítica a Israel e a suas ações no território", avaliou o palestino. Pedido de cessar-fogo Apesar da abstenção dos EUA, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução de compromisso sobre o Oriente Médio, pedindo que Israel suspenda as ações contra o complexo de Yasser Arafat e, ao mesmo tempo, condenando os atentados terroristas. A resolução foi negociada pela União Européia e baseada nas propostas apresentadas pelos EUA e pelos palestinos. A resolução pede que a Autoridade Palestina traga à Justiça os responsáveis pelos atos terroristas. O texto final foi bastante negociado e diplomatas disseram que a inclusão de vários adendos exigidos pelos norte-americanos, como a condenação aos atentados terroristas e exigência de entrega dos responsáveis, evitou o veto dos EUA. Os EUA foram obrigados, no entanto, a absterem-se da votação quando os árabes se recusaram a atender demandas norte-americanas como classificação do Hamas e da Jihad Islâmica como grupos terroristas e menção às demandas das preocupações de segurança de Israel.

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