Israel cumprimenta EUA por novas sanções contra o Irã

Premiê Benjamin Netanyahu chamou medida de Trump de 'iniciativa histórica' e agradeceu a Casa Branca

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O primeiro-ministro de Israel,Benjamin Netanyahu, elogiou Trump. Foto: VASSIL DONEV / EFE

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou o presidente Donald Trump pela decisão de voltar a impor sanções econômicas ao Irã, considerado o principal inimigo do governo israelense.

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"Obrigada, presidente Trump, por esta iniciativa histórica", afirmou Netanyahu emcomunicado. "Depois de anos, lancei chamados para que as sanções sejam novamente integralmente impostas ao regime assassino iraniano, que ameaça o mundo inteiro." Seis meses após se retirar do acordo nuclear iraniano firmado em 2015, os Estados Unidos confirmaram na última sexta-feira, 2, que irão restabelecer sanções mais duras contra Teerã, que afetam principalmente o petróleo e os bancos. A Casa Branca alega que o governo iraniano prossegue secretamente seu programa nuclear e desenvolve uma bomba atômica.

"Os efeitos das sanções iniciais já são sentidos, o rial cai, a economia iraniana está em declínio e os resultados são evidentes", acrescentou Netanyahu. 

Desde 24 de outubro, o Departamento de Estado americano publica no Twitter as 12 condições de Washington para um "acordo global" com o Irã. Entre elas destacam-se restrições mais firmes e duradouras sobre o programa nuclear, assim como o fim da proliferação de mísseis balísticos e de atividades consideradas "desestabilizadoras" de Teerã em países vizinhos.

Washington não esconde a sua intenção de reproduzir a estratégia utilizada com a Coreia do Norte, pois seu líder, Kim Jing Un, se comprometeu com a "desnuclearização" depois de uma reunião histórica com Trump, cujo contexto era uma escalada verbal e o reforço das sanções internacionais. O presidente repete que está disposto a se reunir com dirigentes iranianos.

Para obrigá-lo a cumprir as suas condições, o governo americano pretende impor as sanções "mais fortes da história", pois são esperadas novas medidas punitivas nos próximos meses. Elas preveem punição, impedindo o acesso ao mercado americano, a todos os países ou empresas que continuarem comprando petróleo ou fazendo negócios com os bancos da República Islâmica.

Além disso, o Departamento do Tesouro pedirá que o Irã saia do circuito bancário internacional Swift e anunciou que adicionou 700 pessoas e entidades à lista de alvos das sanções. "O objetivo é privar o regime das receitas que ele usa para semear a morte e a destruição em todo o mundo", declarou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

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Oito países serão autorizados a continuar a comprar petróleo iraniano por ao menos seis meses. A listas desses países será anunciada na segunda-feira. 

Líder iraniano faz duras críticas aos EUA

Guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei fez duras críticas ao governo Trump e afirmou que o presidente está travando uma guerra “militar, econômica e midiática” contra o país do Oriente Médio.

"Este novo presidente americano [...] desacreditou o que restava do prestígio dos Estados Unidos e da democracia", disse Khamenei em sua conta no Twitter. "O poder de coerção dos Estados Unidos, usando seu poder econômico e militar, também está diminuindo. A disputa entre os Estados Unidos e o Irã dura 40 anos e eles agiram muitas vezes contra nós.”

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Segundo Khamenei, "nesta disputa, os perdedores são os Estados Unidos e o vencedor é a República Islâmica".

A União Europeia, a França, o Reino Unido e a Alemanha, signatários com a China e a Rússia do acordo escrito para impedir o Irã de adquirir a bomba atômica, disseram que lamentam a decisão americana. Todas as sanções haviam sido suspensas como parte do acordo nuclear.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, arquiteto do acordo nuclear, começou uma tímida reaproximação com o governo americano de Barack Obama com a assinatura do texto histórico que encerrou anos de isolamento do Irã. Mas a eleição de Trump mudou a situação. / AFP

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