Israel demole casas de supostos militantes em Gaza

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Por Agencia Estado
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Tropas israelenses demoliram as residências de dois supostos militantes extremistas e entraram em choque com palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, deixando mais de 10 pessoas feridas, informaram fontes hospitalares. O Exército informou ter prendido 11 militantes procurados durante uma operação de buscas na aldeia palestina de Kufr Khalil. Mais 25 suspeitos de militância foram detidos durante a noite em outros ataques na Cisjordânia. Na região central de Gaza, soldados demoliram a residência da família de Mahmoud Abu Huli, um suposto militante do Hamas procurado pelo Estado judeu. Pelo menos quatro palestinos, entre eles o condutor de uma ambulância, ficaram feridos nos choques que se seguiram na cidade de Deir al-Balah. A demolição deixou 17 pessoas desabrigadas. Fontes palestinas comentaram que Abu Huli continua à solta. Israel vem seguindo nos últimos meses uma política de demolição das casas de supostos militantes e homens-bomba sob a alegação de que a medida funcionaria como fator de dissuasão entre palestinos eventualmente dispostos a atacar alvos israelenses. Em Kufr Khalil, soldados israelenses demoliram uma casa de dois pavimentos pertencente à família de Adel Mansour, um militante foragido pertencente às Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligada ao movimento político Fatah, do líder palestino Yasser Arafat. O Exército informou ter prendido 11 supostos membros das Brigadas Al-Aqsa numa operação de busca na aldeia. Também teriam sido apreendidos 10kg de explosivos e um morteiro. Em atos de violência na Cisjordânia, oito pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave, em choques ocorridos quando soldados israelenses impuseram um toque de recolher em Tulkarem, disseram fontes hospitalares. Em Belém, soldados israelenses patrulhavam a Praça da Manjedoura e um veículo blindado continuava em frente à Igreja da Natividade, o local mais sagrado do cristianismo. Enquanto a violência prossegue, Israel prepara-se para as eleições de 28 de janeiro. Na quinta-feira, o Likud decidirá entre Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu nas eleições primárias que definirão do adversário do Partido Trabalhista, Amram Mitzna. Sharon está à frente de Netanyahu nas pesquisas. Nos últimos dias de campanha, Netanyahu vem acusando Sharon de não conseguir conter atentados suicidas contra alvos israelenses por meio de um anúncio que gerou polêmica devido à falta de sensibilidade com vítimas e familiares de atentados. No anúncio, colocado em laterais de ônibus, Netanyahu, que foi primeiro-ministro entre 1996 e 1999, lembra que durante seu mandato ocorreram "apenas" quatro atentados suicidas de palestinos, comparando o número com dezenas de ataques similares ocorridos desde que Sharon assumiu o governo, no primeiro semestre de 2001, em meio à atual intifada, iniciada em 28 de setembro de 2000.

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