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Israel desafia EUA com projeto para colônias

Bibi ignora pressão de Washington e autoriza obras em assentamentos

Por AP , Reuters e JERUSALÉM
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou ontem um pedido dos EUA para interromper os planos de construir novos assentamentos na parte leste de Jerusalém, dizendo que não vai obedecer a ordens de Washington. Funcionários do governo israelense disseram que o embaixador do país nos EUA, Michael Oren, foi convocado pelo Departamento de Estado americano no fim de semana e avisado de que o projeto de ampliação das colônias judaicas no distrito de Sheikh Jarrah precisava ser suspenso. "Não podemos aceitar a ideia de que os judeus não tenham o direito de viver e de construir casas em qualquer lugar de Jerusalém", afirmou Netanyahu. De acordo com ele, Jerusalém unificada é a capital do povo judeu e de Israel. "Nossa soberania sobre ela é indiscutível. Fico imaginando apenas o que aconteceria se alguém sugerisse que os judeus não podem viver em certos bairros de Nova York, Londres, Paris e Roma. Certamente, haveria uma grande indignação mundial." Ao responder os comentários do líder israelense, o negociador palestino Saeb Erakat disse que Netanyahu precisa entender que "os assentamentos e a paz são dois assuntos paralelos que não se misturam". Quem também se pronunciou foi a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Em Nova Délhi, ela afirmou que Washington está tentando obter um acordo sobre os assentamentos. "As negociações são intensas e estão em curso", disse Hillary. A Cisjordânia - incluindo Jerusalém Oriental - foi ocupada pelos israelenses após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A comunidade internacional, no entanto, considera ilegais todos os assentamentos judaicos no território. O novo projeto israelense está sendo financiado pelo magnata americano Irving Moskowitz. Em 1985, ele comprou o Hotel Shepherd, no parte árabe de Jerusalém, e planeja derrubá-lo para construir outro prédio e um estacionamento no local. Para Israel, as construções são necessárias porque representam um "crescimento natural" da atual área dos judeus. Por isso, quer um acordo para continuar os trabalhos. Atualmente, 300 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia e outros 180 mil estão em bairros judeus em Jerusalém Oriental.

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