Israel destinará US$ 12 bilhões para sua defesa em 2007

Orçamento é três vezes superior ao de saúde, e 50% maior que o de educação

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro israelense de Finanças, Abraham Hirchson, apresentará nesta segunda-feira ao Parlamento a Lei de Orçamento Geral do Estado para 2007, que contempla uma despesa em defesa de mais de 50 bilhões de shekels (cerca de US$ 12 bilhões). O governo israelense gastará no ano que vem 302 bilhões de shekels (cerca de US$ 70 bilhões), dos quais o principal apêndice será a despesa em defesa, que aumentou consideravelmente por causa do conflito com Líbano entre julho e agosto. A Lei de Orçamento Geral será votada nesta segunda-feira em leitura preliminar, para depois ser submetida a um profundo estudo no Parlamento. Sua aprovação final é esperada para o fim de dezembro. O gasto público para 2007 leva em conta um crescimento de 3,8% e um déficit de 2,9% do PIB, causado principalmente pelas despesas militares em 2006. O orçamento do governo israelense para o corrente ano fiscal foi de 284 bilhões de shekels, cujo valor em dólares oscilou consideravelmente em função das taxas de câmbio. A mudança mais destacada no último momento foi a introdução de uma verba orçamentária adicional de 3 bilhões de shekels (cerca de US$ 700 milhões) para o Exército, ao qual já tinham prometido outros 3,5 bilhões (aproximadamente US$ 816 milhões) imediatamente depois do conflito. Segundo o jornal Ha´aretz, estas quantias não seriam definitivas, e o ministro da Defesa, o trabalhista Amir Peretz, e o ministro das Finanças, voltarão a se reunir antes do final deste ano para buscar mais recursos. No total, espera-se que o suplemento supere os 7 bilhões de shekels (US$ 1,632 bilhões). O gasto público previsto para o ano que vem supõe um novo revés para as classes mais desfavorecidas, que viram as verbas destinadas a melhorar sua qualidade de vida serem transferidas ao Ministério da Defesa. Em comparação com outros capítulos do orçamento, o de defesa é três vezes superior ao de saúde (16 bilhões de shekels ou US$ 3,731 bilhões), e até 50% a mais que o de educação (32 bilhões de shekels ou US$ 7,462 bilhões). Desta forma, o projeto de lei inclui a demissão de três mil funcionários públicos em 2007, e uma moratória de cinco anos na contratação de novos empregados. Igualmente, a Previdência Social se verá afetada com cortes em seus principais apêndices, que impedirão, por exemplo, que um israelense menor de 28 anos possa cobrar o seguro desemprego, o que afetará principalmente soldados licenciados e estudantes Universitários. As pensões e ajudas também se verão desvalorizadas entre 1,5% e 6% devido ao congelamento de salários, que não levará em conta o IPC até dezembro do ano que vem. Os 50 bilhões de shekels (cerca de US$ 12 bilhões) em defesa não incluem as despesas dos serviços secretos (Mossad, Shabak e Nativ), que dependem da verba orçamentária do Escritório do Primeiro-ministro. Esta verba ascenderá 2,3 bilhões de shekels (aproximadamente US$ 536 milhões) em sua totalidade.

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