
05 de novembro de 2011 | 03h04
Inicialmente, a Marinha notificou os ativistas e pediu que eles voltassem ou partissem na direção de um porto no Egito. Em seguida, diante da recusa, militares israelenses abordaram as duas embarcações. "A invasão só ocorreu após vários alertas serem feitos aos ativistas", declarou Avital Leibovich, porta-voz da Marinha.
A ação foi cercada de cuidados e constantemente filmada pelos israelenses, para que não se repetisse o que ocorreu com o navio turco Mavi Marmara, em maio de 2010, quando comandos de Israel invadiram a embarcação e mataram nove ativistas (mais informações nesta página).
"Soldados israelenses agiram conforme planejado e tomaram todas as precauções necessárias para garantir a segurança dos ativistas a bordo das embarcações e a própria segurança", disse a Marinha em comunicado.
Segundo os militares israelenses, as embarcações estavam em águas internacionais quando foram interceptadas, a 65 quilômetros da Faixa de Gaza, no Mar Mediterrâneo.
Bloqueio total. Os barcos Tahrir e Saoirse faziam parte da flotilha batizada de Freedom Waves to Gaza (Ondas da Liberdade para Gaza). Eles partiram da Turquia na quarta-feira levando uma pequena quantidade de suprimentos médicos para a Faixa de Gaza. Ehab Lotayef, canadense de origem egípcia e um dos organizadores da flotilha, já havia garantido que os ativistas não ofereceriam resistência à prisão.
"Está claro que 27 civis em 2 pequenas embarcações levando apenas remédios não constituíam nenhuma ameaça para a segurança do Estado de Israel e a determinação de mantê-los afastados não é mais do que uma política de castigo coletivo, um crime contra a humanidade", disse Huwaida Arraf, porta-voz da campanha, após a abordagem.
Foi a 11.ª tentativa de romper pelo mar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007. De acordo com o governo israelense, a medida é necessária para impedir o contrabando de armas e explosivos para o Hamas, grupo radical islâmico que há mais de quatro anos controla o território palestino.
Qualquer tentativa de romper o bloqueio à Faixa de Gaza é considerada uma provocação pelo governo de Israel, que garante que ele está de acordo com as leis internacionais - um relatório das Nações Unidas, divulgado em setembro, ratificou a posição israelense.
Autoridades israelenses afirmaram ontem que, após chegarem a Ashdod, os ocupantes dos barcos - a maioria cidadãos de Canadá, EUA, Austrália e Irlanda - seriam revistados e interrogados.
Em seguida, todos seriam entregues à polícia e às autoridades migratórias. Os ativistas seriam levados para celas, onde ficariam presos, aguardando a deportação para seus países de origem. / REUTERS, AP e NYT
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