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Israel detém suspeitos de assassinato de extremista judeu

O jovem foi espancado até a morte no ano passado depois de abrir fogo contra um ônibus repleto de árabes-israelenses, provocando a morte de quatro pessoas

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia israelense deteve nesta terça-feira sete pessoas acusadas de espancar até a morte um extremista judeu de 19 anos que no ano passado abriu fogo contra um ônibus repleto de árabes-israelenses, provocando a morte de quatro pessoas. As detenções revoltaram a comunidade árabe de Israel, que compõe aproximadamente 20% da população. Mohammed Barakeh, um deputado árabe-israelense no Knesset, o Parlamento do país, disse ao jornal Haaretz que os moradores de Shfaram, onde o extremista judeu atacou o ônibus, "reagiram e defenderam-se ao perceber que o assassino queria matar mais gente". Farej Ahmaisis, um vereador de Shfaram, pediu à justiça israelense que não mexa no caso. "Existe uma grande carga emocional envolvida. Todo mundo que correu até o ônibus pensou que um irmão ou algum familiar poderia estar entre as vítimas", disse ele à Rádio Israel. Em 4 de agosto do ano passado, o extremista judeu Eden Natan-Zada, um jovem de 19 anos que desertou do Exército e estava descontente com a iminente retirada israelense da Faixa de Gaza, abriu fogo contra um ônibus em Shfaram, um cidade de maioria árabe-israelense no norte de Israel. Quatro pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas antes de testemunhas da chacina terem se revoltado e espancado o extremista até a morte. As detenções de hoje ocorreram no âmbito de uma investigação iniciada há dez meses. Os suspeitos foram exaustivamente interrogados pela polícia, disse Mickey Rosenfeld, porta-voz da corporação. "Considero muito importante que eles tenham sido detidos", opinou Yossi Beilin, líder do esquerdista Partido Meretz. Ele criticou os líderes árabes-israelenses por ignorarem as leis. O atentado causou comoção em Israel. O então primeiro-ministro Ariel Sharon chamou o extremista judeu de "terrorista". Os jornais locais também qualificaram o ataque como um ato de "terrorismo". O governo e a imprensa de Israel costumam reservar o termo para qualificar ações promovidas por extremistas palestinos. Os árabes israelenses, apesar de terem cidadania de Israel, queixam-se de discriminação generalizada.

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