JERUSALÉM - Os oito principais ministros do governo de Israel se reunirão na tarde desta terça-feira, 1º, em Jerusalém para analisar as possíveis respostas ao reconhecimento do Estado palestino na Unesco - o braço de cultura, educação e ciência da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Apesar de não haver garantias de que o encontro acabará com decisões, os ministros estudarão várias propostas de reação, como aumentar a construção nas colônias judaicas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia, segundo informou a imprensa local.
As autoridades também analisarão a possibilidade de reter as taxas e tarifas que Israel arrecada para enviar à Autoridade Palestina (AP), como estipulam os Acordos de Oslo, ou retirar os passes exclusivos de dirigentes palestinos, que com esses documentos podem cruzar fronteiras e postos militares de controle com mais facilidade.
"O que aconteceu na Unesco não é algo sem importância e deve ser tratado com seriedade. Israel pode escolher efetuar uma resposta unilateral própria a esta iniciativa", assinalou uma fonte diplomática à edição digital do diário Yedioth Ahronoth.
Outras fontes ligadas ao Executivo davam a entender que a reação se dará na edificação mais casas em assentamentos situados em "lugares que Israel não vê como problemáticos", embora o anúncio receba "críticas internacionais".
Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores, o conservador Avigdor Lieberman, defendeu no Parlamento a possibilidade de cortar todos os vínculos com as lideranças palestinas. "Minhas recomendações serão muito claras. Temos que avaliar o corte de todos os vínculos com a Autoridade Palestina. Não podemos seguir aceitando medidas unilaterais uma após a outra", disse Lieberman, que participará da reunião ministerial desta tarde.
Na manhã desta terça, o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, declarou à rádio militar israelense que o governo de Benjamin Netanyahu deveria ter sido o primeiro país a aplaudir a votação na Unesco, já que israelenses e palestinos compartilham uma "terra com história e cultura comuns".
Os palestinos se preparam para apresentar também um pedido de ingresso na Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o ministro da Saúde da AP, Fathi Abu Moghli.