Israel divulga foto de bebê vestido como atacante suicida

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército israelense divulgou uma fotografia mostrando um bebê palestino vestido como um atacante suicida, com falsos cintos de munição e explosivos envolvendo seu corpo e uma bandeira do grupo militante islâmico Hamas. A rede de tevê britânica Sky News entrevistou um homem que seria tio do bebê. Ele afirmou que a foto, publicada hoje em jornais israelenses, era autêntica. A coronel Miri Eisin, uma analista de inteligência do Exército, garante que a munição em volta da criança não era verdadeira. "A foto foi originalmente tirada durante uma manifestação, ou numa festa de formatura da universidade", afirmou o tio da criança, que não foi identificado. "Havia estações de televisão lá, fotógrafos, e acho que a imagem circulou depois de ter sido publicada por essas agências ou na Internet", disse ele. A Sky News filmou o homem de costas para preservar sua identidade. Segundo a coronel Eisin, a foto foi encontrada terça-feira, num álbum de família de um líder do Hamas, procurado pelo Exército durante uma busca em sua casa na cidade de Hebron, na Cisjordânia. Ela não sabia dizer se o bebê, aparentando ter um ano e meio, era filho ou parente do ativista do Hamas. Ela recusou-se a identificar o homem procurado. Eisin afirmou que os soldados fotografaram a imagem e deixaram a original no álbum de família. Segundo ela, os soldados procuravam no álbum uma foto mais recente do palestino procurado. Costume Fotografias de crianças mais velhas vestidas como atacantes suicidas não são incomuns. Numa manifestação do Hamas, hoje, na Faixa de Gaza, um menino de uns 10 anos foi visto usando cintas com falsos explosivos em volta de seu peito. Mas a foto do bebê é uma iniciativa inédita e mexeu com os israelenses, que já foram alvo de 71 ataques suicidas a bomba em 21 meses. Muitos desses ataques foram assumidos pelo Hamas. "Terror de fraldas", foi a manchete de primeira página do jornal israelense Maariv, ao lado da foto. O diário Yediot Ahronot também trouxe a foto na primeira página sob o título: "Arrepiante fantasia". O ministro do Trabalho palestino, Ghassan Khatib, não se surpreendeu com a foto, e disse que é compreensível que palestinos ensinem seus filhos a serem violentos contra Israel. Khatib lembrou que recentes pesquisas de opinião mostraram que mais de 60% dos palestinos apóiam atentados suicidas a bomba. "Não me surpreende. Sei exatamente a mentalidade do povo palestino e a forma como ele pensa", disse. Segundo o ministro, o Exército israelense distribuiu a foto para "dizer ao mundo que os palestinos estão ensinando suas crianças como odiar Israel e como agir contra Israel?. Kahtib negou que estivesse endossando ataques suicidas a bomba - que a Autoridade Palestina condena oficialmente. Ele afirmou ser contra tais atentados, mas reconheceu que eles são "um infeliz e inevitável resultado das atrocidades israelenses". "Os israelenses e mais ninguém poderiam esperar que os palestinos ensinassem a suas crianças algo mais, especialmente desde que o Exército israelense se tornou particularmente bom em matar crianças", declarou.

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