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Israel diz que manterá escalada militar contra palestinos

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel está promovendo um política de escalada de ações militares contra os palestinos, agindo gradualmente a fim de evitar críticas mundiais, disse o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, em entrevista publicada hoje. Ele disse ao jornal The Jerusalém Post que os Estados Unidos deveriam liderar uma equipe de observadores internacionais para fiscalizar a Autoridade Palestina, e defendeu o ataque ao quartel-general do líder palestino Yasser Arafat. Sharon destacou que quando Israel enviou tropas que avançaram 300 metros para dentro de Gaza, faixa controlada pelos palestinos, em abril de 2001, houve uma reação mundial. Agora, depois de dezenas de incursões israelenses, tais operações são consideradas rotineiras. "Portanto, esse tratamento gradual, no meu ponto de vista, é o apropriado", disse. Israel tem tomado medidas rotineiras de ataques com helicópteros artilhados e aviões F-16, a destruição de instalações de segurança e prédios governamentais palestinos, invasões diárias em cidades palestinas e a tomada do controle de áreas antes administradas pelos palestinos. Sharon disse que tropas israelenses estão agora posicionadas em todas as áreas que supostamente estariam sob controle palestino na Cisjordânia, segundo acordos interinos de paz. Em meados de junho, depois de dois ataques suicidas em Jerusalém, o Exército do Estado judeu entrou na maioria das cidades palestinas, estabelecendo o controle e impondo freqüentes toques de recolher, confinando os palestinos em casa. Os palestinos denunciam que as medidas militares visam a promover o colapso da Autoridade Palestina e restabelecer a ocupação israelense de toda a Cisjordânia. Sharon garantiu que as medidas foram tomadas "não porque queremos estar lá, mas a fim de evitar o terror". Em 19 de setembro, depois de um ataque suicida a bomba num ônibus em Tel Aviv, que deixou seis mortos, tanques e motoniveladoras israelenses destruíram praticamente todos os prédios do quartel-general de Arafat em Ramallah, deixando em pé apenas o escritório do líder palestino, e exigiram a rendição de 19 palestinos procurados no interior. "Derrubamos todos os prédios no complexo e deixamos Arafat numa pequena barraca", disse Sharon, acrescentando que não ordenou que tropas invadissem o prédio e tirassem os palestinos procurados porque prometeu aos EUA que não iria ferir o líder palestino. O primeiro-ministro afirmou que os palestinos têm de prender "todos os terroristas de todas organizações", desmantelar grupos militantes, incluindo aquele ligado ao movimento Fatah, de Arafat, desarmar militantes, suspender os ataques e o incitamento contra Israel. Palestinos afirmam que a ocupação israelense das cidades da Cisjordânia e a destruição das instalações de segurança tornaram impossível que a polícia palestina controle os militantes.

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