Israel e EUA fazem exercícios militares conjuntos

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Por Agencia Estado
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Três dias depois de os EUA e a Grã-Bretanha bombardearem alvos na periferia de Bagdá, tropas israelenses e americanas iniciaram hoje exercícios militares conjuntos cujo principal objetivo é testar mísseis Patriot, simulando um contra-ataque aos iraquianos. Os Patriots foram enviados por Washington a Israel durante a Guerra do Golfo, em 1991, para interceptar mísseis Scud iraquianos, lançados contra o país em retaliação pelos bombardeios dos aliados no Iraque. Eles não conseguiram impedir que a maioria dos 39 Scuds lançados pelo Iraque atingissem Israel. Muitos deles atingiram áreas em Tel-Aviv e redondezas. As manobras estão sendo realizadas no Deserto do Neguev, no sul de Israel, e se estenderão até sexta-feira. O navio da Marinha americana USS Porter, embarcação com avançado sistema de radar, está nas costas israelenses e tomará parte nos exercícios. As Forças Armadas israelenses insistiram que os exercícios militares haviam sido planejados com muita antecedência e não estão relacionados com os recentes ataques anglo-americanos contra instalações militares iraquianas perto de Bagdá. "O exercício estava sendo planejado há mais de um ano e são parte do treinamento rotineiro conjunto israelense-americano, cujo objetivo é confirmar a capacidade de interação dos sistemas de defesa aérea", informou o Exército em um comunicado. De qualquer modo, o governo israelense considera não haver perigo imediato de um ataque iraquiano, mas informou que está levando a sério as ameaças do presidente iraquiano, Saddam Hussein, de realizar retaliações em resposta aos bombardeios. Em vários países árabes estão ocorrendo protestos de apoio ao Iraque, nas quais os manifestantes pedem retaliação. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, manteve uma reunião no domingo com altos oficiais da área de segurança para avaliar os desdobramentos dos ataques ao Iraque. Seus assessores disseram que o país vai manter-se atento, embora não haja por enquanto necessidade de tomar nenhuma medida especial. Entre a população israelense, porém, o medo de que o país volte a ser atacado pelo Iraque fez com que aumentasse significativamente o número de pessoas em busca de máscaras antigás. Durante a Guerra do Golfo, havia o temor de que Saddam utilizasse armas químicas e biológicas contra Israel, o que levou o governo a entregar o equipamento para a população. Ainda hoje, todo morador de Israel recebe, ainda criança, máscaras antigás.

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