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Israel e Hamas retomam cessar-fogo

Ataque de militantes a ônibus israelense provocou escalada de violência na região nos últimos dias

Atualização:

JERUSALÉM - O governo de Israel e a facção radical palestina Hamas, que controla a Faixa de Gaza, anunciaram nesta segunda-feira, 22, a retomada do cessar-fogo entre as partes, após cinco dias de bombardeio na fronteira entre seus territórios. O estopim da violência foi o tiroteiro contra um ônibus no sul de Israel, executado por militantes palestinos. O atentado resultou na morte de oito pessoas na última quinta-feira. O Exército de Israel perseguiu e matou sete militantes palestinos. Na ação, que se deu na fronteira com o Egito, cinco militares egípcios acabaram atingidos e mortos, o que quase provocou uma crise diplomática. Israel seguiu retaliando o ataque dos militantes palestinos, com bombardeios à Faixa de Gaza, que resultaram na morte de 15 pessoas. A violência continuou com foguetes palestinos atingindo o sul de Israel, matando outro cidadão israelense. O Quarteto para o Oriente Médio, grupo formado por ONU, Estados Unidos, União Europeia e Rússia, pediu o fim da violência. Trégua informal Israel e os militantes do Hamas mantém uma trégua informal nos últimos dois anos. Diferente do laico Fatah, que controla da Cisjordânia, o Hamas não reconhece a existência de Israel. Em 2009, as duas partes se enfrentaram em um conflito intenso, com seguidos bombardeios isralenses a Gaza. O Hamas não reivindicou o ataque ao ônibus no deserto do Negev na última semana. O atentado teria sido executado por militantes de facções palestinas que atuam de maneira independente. Uma fonte oficial palestina disse que o partido trabalhará para que o cessar-fogo seja seguido por todas as facções militantes. O Comitê de Resistência Popular de Gaza disse que apenas concordou com a trégua, que considerou "temporária", visando a "segurança do povo palestino". Mesmo após o anúncio do cessar-fogo, a imprensa de Israel relatou o ataque de 12 foguetes palestinos em território israelense. Egito A morte de cinco militares egípcios na perseguição israelense aos autores do ataque ao ônibus em Eilat quase provocou uma séria crise diplomática. O governo interino, que está no poder desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro, considerou as mortes "inaceitáveis" e sugeriu que Israel teria quebrado o acordo de paz entre os dois países, ameaçando retirar o embaixador egípcio do país. A administração israelense se apressou, então, em enviar uma mensagem de condolências ao Cairo. Além da Jordânia, o Egito é o único país árabe a reconhecer Israel.

 

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