Israel e Irã reduzem retórica agressiva

Teerã volta a falar em retomada de negociações com o Ocidente e ministro israelense diz não acreditar que país persa seja ameaça imediata

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Por JERUSALÉM
Atualização:

Israel e Irã amenizaram ontem, em episódios distintos, a retórica agressiva em torno do programa nuclear do país persa. O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, garantiu que a decisão de atacar Teerã está "muito distante". Em visita à Turquia, o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, disse estar disposto a retomar as negociações com o grupo G5+1 (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) sobre o programa nuclear.O encontro deve ocorrer na Turquia, onde negociações similares foram interrompidas um ano atrás, quando o Irã apresentou precondições, o que o Ocidente considerou inaceitável. Há duas semanas, Salehi já tinha proposto um retorno às negociações, durante uma visita a Teerã do chanceler turco, Ahmet Davutoglu. Para assessores de alguns governos ocidentais, no entanto, seus comentários seriam uma tentativa de ganhar tempo antes de uma reunião de países europeus, na semana que vem, limitar as importações de petróleo iraniano.Do lado israelense, Barak reiterou a avaliação de que o Irã não começou a fabricar armas nucleares. "Os iranianos não cancelaram a fiscalização realizada pela Agência Internacional de Energia Atômica", afirmou à Rádio do Exército. "Eles não o fizeram, pois sabiam que constituiria uma prova da natureza militar do seu programa nuclear e provocaria sanções internacionais ainda mais rigorosas ou outros tipos de ações contra o seu país." Essas declarações antecedem a visita a Israel do comandante do Estado-maior dos EUA, general Martin Dempsey. Segundo a imprensa local, o motivo da viagem seria advertir o governo do premiê israelense, Binyamin Bibi Netanyahu, para que não ataque ao Irã. De acordo com Barak, os chefes militares dos dois países "trabalham para formular diferentes opções militares e levarão suas posições aos dirigentes políticos. / THE NEW YORK TIMES

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