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Israel e ONU chegam a acordo sobre ajuda humanitária

Um funcionário da ONU ficará no posto mais avançado do Exército israelense, junto à fronteira com o Líbano, e coordenará a entrada de comboios humanitários

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel e as Nações Unidas chegaram a um acordo para que um funcionário da entidade internacional permaneça como adjunto junto ao comando da frente israelense, a fim de coordenar a ajuda humanitária internacional à população libanesa. O acordo, anunciado pela rádio pública israelense, procura estabelecer uma maior coordenação entre o Exército israelense e os funcionários da ONU na região. Outro objetivo é evitar um novo bombardeio como o que, há poucos dias, matou quatro observadores militares internacionais. Segundo a emissora, o funcionário adjunto ficará no posto mais avançado do Exército israelense, junto à fronteira, e coordenará a entrada de comboios humanitários nas áreas críticas. Desde que começaram as hostilidades, em 12 de julho, centenas de milhares de libaneses s encontram em situação crítica, sem produtos básicos nem remédios, e sob contínuos bombardeios. A Organização das Nações Unidas pediu uma trégua de três dias entre Israel e o Hezbollah para levar ajuda humanitária e fazer a remoção de feridos. O coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland, disse que crianças, idosos e mulheres estão indefesos depois de duas semanas de combate no sul do país. Egeland completou uma visita ao Líbano, Israel e à Faixa de Gaza. O coordenador da ONU afirmou que um terço das 600 pessoas mortas pelos ataques israelense no Líbano são crianças. ?É uma coisa horrível. Há algo fundamentalmente errado com uma guerra onde morrem mais crianças do que homens armados?, disse Egeland. O coordenador da ONU pediu que os dois lados cessassem as agressões por pelo menos 72 horas, "para que seja possível a evacuação de mulheres, crianças, feridos e idosos? do sul do Líbano. Segundo Egeland, os atuais corredores por onde passa a ajuda humanitária não são suficientes para atender às imensas necessidades dos atingidos pelo conflito. Rice volta à região O presidente americano, George W. Bush, voltou a repudiar novos pedidos por uma trégua, argumentando que uma força de paz internacional deveria ser enviada para a região. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, está voltando ao Oriente Médio neste sábado, para se encontrar com líderes de países da região. Bush disse que a secretária de Estado ?trabalhará com os líderes de Israel e Líbano para chegar a uma solução que traga a paz de maneira definitiva?. O presidente americano disse que seu país e a Grã-Bretanha pressionariam por uma ?resolução que delimitasse claramente as condições de um cessar-fogo imediato e o envio de uma força internacional?. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que se encontrou com Bush em Washington na sexta-feira, disse que o envio de tropas à região seria discutido em um encontro nas Nações Unidas, na próxima segunda-feira. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que os países em condições de enviar tropas à região tomariam parte no encontro. ?Por hora, são discussões preliminares, porque nós não temos uma determinação do Conselho de Segurança?, afirmou Annan. Ataques continuam O chefe do Exército israelense, Dan Halutz, afirmou que Israel matou 26 militantes do Hezbollah em Bint Jbeil, causando ?enormes perdas? para o grupo radical xiita. Um comboio transportando refugiados foi atacado em Rmeish. Pelo menos dez civis, incluindo um jordaniano, morreram durante os ataques israelenses ao sul do Líbano na sexta-feira. Em Rmeish, cidade próxima à fronteira com Israel, um comboio que evacuava civis foi atingido por um ataque, ferindo dois passageiros do carro de uma estação de TV alemã. Relatos de refugiados da cidade dão conta de que a situação em Rmeish está se deteriorando rapidamente.

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