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Israel e palestinos reatam reuniões sobre segurança

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel e a Autoridade Palestina (AP) iniciaram, nesta quarta-feira, contatos de segurança, o primeiro sinal de uma reaproximação entre os dois lados, depois da decisão israelense de cortar ligações com a administração de Yasser Arafat. Em outro sinal de progresso na crise do Oriente Médio, a AP anunciou a detenção de 15 de seus próprios agentes de segurança sob suspeita de terem participado de ataques contra israelenses. Os acontecimentos dest quarta-feira apontam para um relaxamento das tensões depois de 15 meses de violência na região. Segundo oficiais de segurança palestinos, os 15 agentes detidos nesta quarta são ativistas de grupos afiliados ao movimento Fatah, de Arafat. Os grupos continuam atacando israelenses, apesar de uma ordem em contrário emitida por Arafat em um discurso transmitido pela televisão no domingo passado. Autoridades palestinas afirmam que mais de 180 supostos militantes já foram detidos desde que Arafat ordenou sanções severas contra o Hamas e a Jihad Islâmica, responsáveis por dezenas de ataques, incluindo atentados suicidas. Também nesta quarta, oficiais de segurança palestinos afirmaram ter desmantelado dois depósitos onde eram fabricados morteiros e prenderam três pessoas durante a operação. Depois de um ataque palestino contra um ônibus na semana passada, no qual 10 israelenses morreram e 30 outros ficaram feridos, o gabinete israelense culpou Arafat, declarando-o "irrelevante" e cortou todos os contatos com sua administração embarcando em uma série de incursões militares nos territórios palestinos. Na última semana, Israel deteve dezenas de suspeitos em operações que resultaram na morte de 13 palestinos. Nesta terça-feira à noite, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, telefonou para Arafat e o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, para convencê-los a retornarem à mesa de negociações. Os comandantes de segurança reuniram-se nesta quarta em local desconhecido. Antes do encontro, o chanceler israelense, Shimon Peres, afirmou que Israel poderia retirar suas tropas de áreas onde a Autoridade Palestina realizasse ações contra supostos militantes. Peres disse que Israel sugeriu que os palestinos começassem por Jenin ou Nablus, ao norte da Cisjordânia, onde a militância do Hamas e da Jihad Islâmica é reconhecidamente forte. Segundo o Ministério da Defesa, Israel planejava oferecer durante a reunião de segurança ajuda aos palestinos no controle de militantes. Um oficial palestino, falando na condição de anonimato, afirmou que o seu lado pediria o fim das incursões israelenses e de "assassinatos seletivos" de supostos militantes.

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