Israel está decepcionado com França

Rádio israelense afirma que autoridades esperam mais atuação da França na formação das forças de paz

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Por Agencia Estado
Atualização:

As autoridades israelenses estão decepcionadas com o até agora descumprimento por parte da França de sua promessa de enviar milhares de soldados para a força multinacional no Líbano, informou hoje a rádio pública de Israel. Uma fonte do Ministério israelense de Exteriores afirmou à emissora que o Governo de Israel espera que a França cumpra sua palavra. "Israel espera que as tropas multinacionais sejam fortes e com capacidade para atuar", acrescentou. Tais declarações seguem o desembarque de 50 soldados franceses hoje em um porto libanês para integrar-se como primeiro contingente na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul). A Finul, posicionada no sul do Líbano desde 1978, contava com 2 mil militares, mas a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU para resolver o conflito entre Israel e o Hisbolá, estabelece que o número deveria aumentar para 15 mil e que outros 15 mil soldados libaneses sejam posicionados na mesma área. O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, conversou com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, destacando a importância de que na força multinacional participem países da Europa Ocidental, além de Austrália, Índia e China. Annan, segundo a emissora, prometeu que falará com dirigentes de todo o mundo para convencê-los a enviar tropas. Peres também conversou com Annan sobre os soldados capturados pelo Hezbollah e pediu ao secretário-geral que intervenha para envolver o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, para que seus membros possam visitá-los e para que sejam libertados. Annan respondeu que fará todo o possível para conseguir a libertação dos militares. Um ministro citado pela rádio sem dar seu nome disse que o Exército israelense não deve permanecer no sul do Líbano. "Temos que fazer tudo para permanecer o mínimo ali. Agora é preciso tirar as conclusões (do confronto com o Hezbollah) e preparar o Exército para um novo retorno dos confrontos porque não há dúvida de que isto ocorrerá", acrescentou o ministro, segundo a emissora. "É preciso sair do sul do Líbano e informar a Beirute que qualquer violação do cessar-fogo e qualquer agressão contra a soberania de Israel terá uma resposta sem precedentes", acrescentou. O ministro disse ainda que apesar de o Exército libanês já ter começado a posicionar-se no sul do Líbano, os soldados da Finul recebem ordens do Hezbollah e não se atrevem a entrar em nenhuma localidade na qual estão assentados os milicianos da guerrilha libanesa. Por outra parte, o deputado árabe-israelense Azmi Bishara afirmou em declarações ao jornal do movimento Balad que o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, é um assassino e que junto com o primeiro-ministro, Ehud Olmert, levou a cabo massacres e crimes de guerra no Líbano. Bishara disse também que o Hezbollah lutou contra Israel de maneira exemplar e desejou vida longa ao dirigente desse movimento, Hassan Nasrallah.

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