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Israel, EUA, UE e países árabes manifestam apoio a Abbas

Quarteto de Madri e Liga árabe discutem como normalizar situação em Gaza

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, recebeu nesta sexta-feira, 15, o apoio de Israel, Estados Unidos, União Européia e de países árabes, após dissolver o governo de união e destituir o premiê, apontando um substituto. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert prometeu tomar atitudes a favor de Abbas, depois que seus rivais do Hamas tomaram toda Faixa de Gaza, afirma seu gabinete. Olmert fez a promessa durante uma conversa por telefone com o presidente egípcio, Hosni Mubarak. "Israel fará o que puder para ajudar os moderados na Autoridade Palestina após o radical Hamas tomar Gaza à força", afirmou. Autoridades no gabinete de Olmert disseram que ele vai considerar o envio de centenas de milhões de dólares em fundos congelados para Abbas. O dinheiro estava retido após o Hamas derrotar o Fatah nas eleições parlamentares do ano passado. Casa Branca Washington, que assim como Israel, considera o Hamas uma organização terrorista, expressou seu apoio ao governo moderado de Abbas nesta sexta. "Acreditamos que o caminho para a paz será pela mesa de negociação - não pela violência e pelo terrorismo", afirmou a assessoria da Casa Branca, que acompanhava o presidente americano, George W. Bush, em uma viagem ao Estado do Kansas. "Continuaremos trabalhando com aqueles da população palestina que escolheram a paz", disse o assessor Scott Stanzel. Os EUA se vêem em uma posição de tentar apoiar os palestinos que não proverem dinheiro ao Hamas. O governo norte-americano vem liderando os esforços para isolar o governo dominado pelo Hamas, exigindo do grupo que renuncie à violência, reconheça o direito do Estado judaico de existir e acate os acordos de paz já firmados entre palestinos e israelenses. "Damos apoio total a ele em seus esforços para tentar colocar fim a essa crise envolvendo o povo palestino", afirmou a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. Posição da UE A União Européia seguiu os passos dos EUA e declarou apoio a Abbas, descrito pelo bloco como o líder legítimo dos palestinos depois de o movimento islâmico. Os integrantes do Quarteto de Madri (União Européia, Nações Unidas, Estados Unidos e Rússia) analisaram a situação na Faixa de Gaza nesta sexta. O alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, manteve conversas "de coordenação" com seus interlocutores da ONU, EUA e Rússia, para definir uma posição comum sobre a crise nos territórios palestinos. A França reafirmou também nesta sexta seu apoio "sem ambigüidade" a Abbas, e mostrou respaldo a seus esforços para encontrar uma solução política à crise. "Trata-se de não deixar que esta batalha horrível entre os palestinos de Gaza se propague para a Cisjordânia", disse o ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner. O ministro, que comentou sobre a crise à imprensa após um encontro com seu o ministro de Exteriores tcheco em Paris, pediu que os europeus atuem para "apaziguar os sofrimentos" da população. O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com o presidente de Israel, Shimon Peres, sobre a situação, motivo, segundo o governo da Rússia, de "uma grande preocupação." "O derramamento de sangue não parou e é importante ajudar os palestinos a se unirem novamente. A guerra civil na Palestina não interessa a ninguém", afirmou a repórteres o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Apoio árabe O governo jordaniano apóia o presidente Abbas e condena o controle do Hamas na Faixa de Gaza, disse o porta-voz do Executivo, Nasser Judeh, em comunicado. "A Jordânia renova seu apoio à legitimidade palestina e protege a Autoridade Nacional Palestina e seu presidente Mahmoud Abbas", acrescenta a nota. "A Jordânia rejeita categoricamente qualquer dissidência ou desafio à legitimidade palestina", acrescentou o porta-voz, em referência ao controle que o Hamas exerce em Gaza a partir desta quinta-feira. Judeh também exigiu o "fim imediato desta dolorosa e perigosa situação", e pediu que todos os grupos palestinos "assumam suas responsabilidades nacionais e históricas em relação ao povo palestino". O Egito, a Jordânia e a Arábia Saudita tendem a apoiar Abbas, uma vez que o Hamas está mais próximo de Síria e do Irã.

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