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Israel impede ativista brasileira detida de contatar família, diz diplomata

Iara Lee, que estava em navio que levava ajuda a Gaza, permanece em prisão israelense

Atualização:

 

BRASÍLIA - A cineasta brasileira Iara Lee, que estava a bordo de um dos barcos com ajuda humanitária atacados por Israel na segunda-feira, está sendo proibida pelas autoridades israelenses de contatar sua família, disse à BBC Brasil nesta terça-feira, 1º, um diplomata brasileiro que esteve com ela.

 

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Iara está dividindo uma cela na prisão Ela, da cidade de Beersheva, com outra ativista detida durante a ação israelense. Cerca de 50 dos quase 500 ativistas levados à prisão de Beersheva já haviam sido deportados na tarde desta terça-feira, após aceitarem a deportação voluntária oferecida pelas autoridades israelenses.

 

O diplomata brasileiro, que visitou Iara Lee disse que, logo após o encontro, as autoridades israelenses decidiram suspender a comunicação dos detidos com qualquer pessoa de fora do presídio - incluindo diplomatas e familiares. Segundo o Itamaraty, as autoridades israelenses têm proposto a libertação apenas daqueles que assinarem um termo admitindo terem entrado ilegalmente em Israel. Mas, de acordo com a fonte diplomática, a cineasta brasileira optou por não assinar o termo, com o argumento de que teria sido presa em águas internacionais. Bem de saúde A cineasta, que tem dupla cidadania, brasileira e americana, e é radicada em Nova York há duas décadas, optou por se enviada ao Brasil, mas poderia escolher até o último momento ser deportada aos EUA. Em uma nota oficial, o Itamaraty disse que "o governo brasileiro continua em contato permanente com as autoridades israelenses, instando-as a que libertem pronta e incondicionalmente a brasileira, como de resto exige a própria Declaração da Presidência do Conselho de Segurança da ONU, aprovada ontem (segunda-feira)". A nota diz ainda que Iara "está bem de saúde" e confirmou dispor, na prisão, de "alimentos e vestimentas adequadas". A avaliação da fonte da diplomacia brasileira ouvida pela BBC Brasil é de que a situação "ainda é incerta", mas que a expectativa é de que o governo israelense "relaxe as regras" quanto à prisão dos detidos nos próximos dias. Em uma carta-depoimento escrita antes da viagem, a cineasta relatou os motivos que a levaram a participar da expedição humanitária. "Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também." "Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não-violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo", escreveu. O secretário-geral da Otan (Organização dos Países do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, pediu nesta terça-feira a liberação imediata dos mais de 600 ativistas que permanecem presos em Israel após o ataque a seis navios com ajuda humanitária que seguia para a Faixa de Gaza.

 

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