Israel lembra mortos antes de celebrar dia da independência

Atos começaram na noite de domingo em frente ao Muro das Lamentações

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Por Agencia Estado
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Israel lembra nesta segunda-feira, 23, seus soldados caídos no campo de batalha horas antes de começar, sob extremas medidas de segurança, as celebrações do Dia da Independência. Uma sirene soará nesta manhã durante dois minutos em todo o país, às 11 horas (6 horas de Brasília), com a qual se iniciarão os atos de lembrança e homenagem em 43 cemitérios militares. Mais de 22 mil soldados, agentes das forças de segurança e funcionários do Estado morreram prestando serviços desde o fim do século XVIII, quando os primeiros imigrantes judeus se assentaram na Palestina, então sob domínio turco. A maioria deles morreu nas guerras entre Israel e seus vizinhos árabes a partir de 1948, ano em que o país conquistou sua independência, embora também se contabilizem as vítimas de atentados. "É nossa obrigação com os soldados mortos e com seus familiares, e com todos os cidadãos de Israel, fazer todo o possível para atravessar de uma vez o longo caminho da guerra e construir a paz", manifestou no domingo, 22, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, em um ato público. Como qualquer comemoração ou celebração judia, os atos de lembrança começaram na noite de domingo em frente ao Muro das Lamentações, com a colocação da bandeira a meio mastro, em um ato liderado pela presidente interina de Israel, Dalia Itzik. A jornada de luto será seguida nesta segunda-feira, ao cair da noite, pelo Dia da Independência. Independência Israel obteve sua independência em 14 de maio de 1948, graças à Resolução de Partilha da Palestina das Nações Unidas de 29 de novembro do ano anterior, um fato histórico festejado por uns, os israelenses, e chorado por outros, os palestinos. Estes últimos qualificam esse processo como a "nakba" (catástrofe nacional), por significar a perda de suas terras e o começo de um banimento ainda para ser concluído para 4,4 milhões de refugiados. Estatísticas divulgadas nesta segunda-feira indicam que em 1948 Israel tinha uma população de 806 mil habitantes, um número que hoje chega a 7,1 milhões. Cerca de 80% da população atual israelense é judia e os 20% restantes são de origem árabe, porcentagens parecidas com as de 1948, um dia depois da criação do Estado de Israel. Anteriormente e sob o Mandato Britânico, quando toda a Palestina era uma unidade geográfica, a distribuição demográfica era inversa, com a maioria árabe.

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