Israel mata 12 palestinos em incursão em Gaza

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Por Agencia Estado
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Pelo menos 12 palestinos morreram na incursão israelense na Faixa de Gaza. Cinco deles foram atingidos pelos soldados israelenses durante um tiroteio perto da colônia de Netzarim, e outros dois que usavam uniformes do Exército de Israel foram mortos durante a madrugada, aparentemente quando tentavam invadir a colônia para perpetrar um atentado. A incursão, iniciada ontem à noite, abre uma nova frente na Operação Muro de Defesa ? durante a qual o Exército de Israel já ocupou quase todas as áreas palestinas da Cisjordânia desde o dia 29. O fim do período de relativa tranqüilidade na Faixa de Gaza coincide com o início da retirada israelense de Jenin, Nablus e Ramallah, cidades da Cisjordânia que foram cenário dos mais violentos choques da atual ofensiva. O governo de Israel, no entanto, já indicou que não levantará totalmente a ocupação em algumas áreas, principalmente Ramallah, onde mantém cercado o quartel-general do presidente da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, e Belém, onde cerca de 200 palestinos armados estão sitiados há quase três semanas na Basílica da Natividade ? local onde, segundo a tradição, Jesus Cristo nasceu. Em funerais na Faixa de Gaza, seguidores da Jihad Islâmica e do movimento político Fatah, do líder palestino Yasser Arafat, ameaçavam realizar novos ataques dentro de Israel para vingar os mais de 200 mortos deixados pela ofensiva israelense contra os territórios palestinos ocupados. Um ativista do grupo detonou os explosivos atados a seu corpo em um posto de checagem do Exército israelense, suicidando-se e ferindo dois soldados. Liderando uma procissão fúnebre na Faixa de Gaza, um ativista mascarado da Fatah disse aos presentes que tinha uma mensagem para o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon: "Você abriu os portões do inferno... Assassinato por assassinato! Destruição por destruição!" Na Cisjordânia, organizações locais e internacionais que tentavam entregar suprimentos alimentares e médicos na cidade de Nablus não conseguiam permissão dos soldados para entrar, apesar de ter conseguido permissões anteriores, disse um agente humanitário. "Nós tivemos luz verde durante a manhã, mas quando chegamos a Nablus parecia que a situação havia mudado", disse Peter Holland, da Oxfam Quebec. Ainda segundo ele, os soldados não justificaram o motivo pelo qual proibiam a entrada. Ele disse que o grupo distribuiria comida de bebês nas cidades em torno de Nablus, mas continuaria tentando entrar na cidade, que precisa urgentemente de medicamentos como insulina, para os diabéticos, e inaladores, para os asmáticos. Soldados que impunham um toque de recolher em Ramallah mataram um garoto de 14 anos quando ele caminhava entre sua casa e a padaria na qual trabalhava, disseram médicos. Em Beitunia, os soldados de Israel mataram um menino de nove anos quando ele brincava no quintal de sua casa na noite de ontem. O Exército informou que estava checando as denúncias. O ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse que uma retirada gradual das cidades palestinas continuaria. Segundo ele, até a manhã de domingo os soldados israelenses já terão saído de Nablus e da maior parte de Ramallah.

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