PUBLICIDADE

Israel mata 13 palestinos nos territórios ocupados

Foi o fim de semana mais sangrento na região em mais de um mês

Por Agencia Estado
Atualização:

O Exercito israelense matou no sábado e domingo 13 palestinos em distintas operações na Cisjordânia, entre os quais quatro operários que voltavam do trabalho em uma colônia judaica e duas crianças durante uma ataque de um helicóptero de Israel contra militantes de um grupo radical. Foi o fim de semana mais sangrento nos territórios ocupados em mais de um mês. Os ataques israelenses ocorreram num período de relativa calma nos territórios ocupados e de ausência de atentados suicidas em Israel. Além disso, no momento o país negocia um acordo com a Autoridade Palestina (AP) para a retirada de suas tropas de áreas autônomas. Mas a violência tornam mais sombrias as perspectivas de diálogo. Alguns comentaristas políticos israelenses questionaram se as operações foram deliberadamente lançadas para provocar os palestinos ou são resultado de os soldados estarem sendo muito rápidos no gatilho. Altos funcionários palestinos que tentam convencer os radicais um compromisso para pôr fim aos atentados suicidas temem que os ataques de Israel levem a nova escalada. O presidente de Israel, Moshe Katsav - ex-membro do direitista Partido Likud -, pediu hoje uma investigação para apurar se os militares não estão atirando indiscriminadamente. Durante visita a uma escola árabe-israelense, ele disse ser imperativo que o Exército reexamine as táticas adotadas - uma vez que vem matando vários civis. "Se o Exército chegar à conclusão de que foi um caso de ´gatilho rápido´, irá decidir o que fazer. Seria apressado tirar conclusões agora", ressalvou o presidente. Testemunhas palestinas disseram ter visto os quatro trabalhadores (dois dos quais eram irmãos) serem levados por soldados para um vinhedo perto de Hebron e depois escutaram tiros. Uma alta fonte militar israelense disse que os militares abriram fogo quando os operários entraram em uma área que estavam patrulhando e cruzaram uma cerca para passar para uma área agrícola de um assentamento judaico. A área já foi alvo de ataques de militantes palestinos no passado. "As armas encontradas lá - machado, faca e bastões - levaram-nos á conclusão de que era o caso de um ataque planejado", disse a fonte. Um ataque de um helicóptero israelense no sábado já havia provocado polêmica em Israel e revolta entre os palestinos. O aparelho disparou um míssil contra o carro em que viajava um miltiante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa na cidade de Tubas, na Cisjordânia. Além dele, morreram dois adolescentes de 15 anos. Um segundo míssil caiu numa casa ao lado, matando um menino de 9 anos e uma menina de 10, além de ferir várias pessoas. Oficiais israelenses lamentaram a morte das crianças e abriram um inquérito. À noite, um ativista da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) feriu um casal na colônia judaica de Har Bracha, perto de Nablus, e foi morto por um soldado. O gabinete de segurança de Israel reuniu-se hoje para examinar as medidas que o país deve adotar em resposta aos "ataques" do Hezbollah, grupo guerrilheiro libanês apoiado pelos governos da Síria e do Líbano, informou a TV local. Hoje, aviões israelenses sobrevoaram o território libanês e o Hezbollah respondeu acionando baterias antiaéreas. Ministros, chefes do Exército e dos serviços de segurança estudam uma resposta caso o Hezbollah intensifique suas ações na fronteira norte. Israel ameaçou tomar represálias contra a Síria depois que o grupo feriu na quinta-feira três de seus soldados, dos quais um está em estado crítico, num ataque com morteiros contra a região de Fazendas de Shebaa, ocupada pelos israelenses.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.