Israel mata três palestinos no 10º dia de operações em Gaza

26 palestinos morreram no maior conflito desde a retirada de Israel, em setembro

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Por Agencia Estado
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A operação militar israelense Chuvas de Verão, na Faixa de Gaza, entrou em seu décimo dia, com a morte de mais três palestinos nos ataques aéreos da madrugada. A Força Aérea israelense informou que atacou posições de milicianos no norte de Gaza. Segundo fontes hospitalares da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o ataque deixou além de três mortos vários feridos. O general Aviv Kojavi, no comando das operações, disse em declarações à rádio pública que o Exército israelense não pretende tomar todo o norte de Gaza, mas apenas posições estratégicas. Foi uma referência às áreas de onde as milícias disparam foguetes Qassam contra o território de Israel. Durante a madrugada (horário local), um foguete atingiu a parte ocidental do deserto do Neguev, ao sudeste de Gaza. Os combates entre o Exército israelense e as milícias palestinas vêm se agravando desde a madrugada de quarta para quinta-feira, quando tanques e carros blindados entraram nas zonas urbanas de Beit Lahíe e nos arredores de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza. Pelo menos 26 palestinos morreram nos ataques aéreos israelenses. Um franco-atirador palestino matou um soldado israelense. O primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniye, visitou na quinta-feira os feridos no hospital Shifa de Gaza. Já são 70 os internados, segundo os últimos dados oficiais. Ofensiva A invasão pelo norte tem o objetivo de afastar os milicianos da zona de fronteira, para que os novos foguetes Qassam, com alcance de 15 quilômetros, não atinjam a cidade de Ashkelon. Analistas militares israelenses dizem porém que a medida é "como uma aspirina contra o câncer". Eles argumentam que, assim que as tropas se retirarem da faixa de seis quilômetros ocupada agora, as milícias poderão atacar novamente. A presença de tropas israelenses em áreas urbanas palestinas preocupa a opinião pública israelense. A atual crise começou em 25 de junho, quando milícias palestinas seqüestraram o soldado israelense Guilad Shalit. Dois dias depois, numa ofensiva gradual, o Exército começou a ocupar pequenas áreas e a bombardear instalações civis palestinas, para tentar convencer o governo da ANP a libertar o soldado. Na quinta-feira, Israel expandiu a ofensiva pelo norte, onde as milícias estão muito mais bem preparadas e armadas. Fontes militares israelenses disseram que os tanques chegaram às portas do campo de refugiados de Jabalya, onde vivem mais de 100 mil palestinos. As conseqüências de um tiro de artilharia ou de um foguete no local podem ser devastadoras. A tomada de posições no norte também significou o fechamento completo da faixa inclusive para jornalistas e diplomatas. O Exército não permite a passagem e qualquer veículo pode ser alvo de um ataque.

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