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Israel não aceita plano de paz apresentado pelos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel não aceitou um novo plano de paz apoiado pelos Estados Unidos em sua atual forma porque ele é baseado, em parte, num plano árabe que pede a retirada israelense de todos os territórios ocupados e afirma o direito de retorno de refugiados palestinos. A avaliação é do secretário de gabinete israelense, Gideon Saar. Israel e os palestinos têm expressado reservas em relação ao novo plano, que foi apresentado na semana passada por um enviado dos EUA. Entretanto, é a primeira vez em que uma autoridade israelense diz que a proposta é inaceitável sem grandes mudanças. O plano árabe, patrocinado pela Arábia Saudita, foi aprovado numa cúpula da Liga Árabe no começo do ano. Foi a primeira vez no conflito árabe-israelense que os países árabes apresentaram uma abrangente proposta de paz que inclui o reconhecimento do Estado judeu. O novo plano apoiado pelos EUA diz, em sua introdução, que está baseado, entre outras coisas, na iniciativa árabe. A nova proposta foi formulada pelo chamado Quarteto de mediadores - os EUA, as Nações Unidas, Rússia e União Européia. Ele deve ser formalmente adotado em dezembro. Saar disse hoje à Rádio do Exército que não aceita qualquer documento baseado no plano saudita. "Desde que você manifeste reservas, fica claro que o documento, em sua atual forma, não é aceitável", acrescentou. Autoridades israelenses também dizem que a passagem de uma fase do plano para outra deve estar vinculada à suspensão da violência palestina. Para eles, garantias de segurança para Israel não estão claramente delineadas na proposta. O plano prevê três fases: reformas palestinas e eleição e uma retirada de tropas israelenses para posições que mantinham antes da atual onda de violência. Depois, seria estabelecido um Estado palestino provisório em 2003, e um acordo final de paz em 2005. Autoridades palestinas disseram que vão consultar líderes árabes nos próximos dias. Por enquanto, os palestinos exigem mudanças em quatro pontos. Eles insistem no congelamento da construção de assentamentos judeus logo na primeira fase, e não na segunda, como o previsto atualmente. Eles também reclamam do que consideram ser uma interferência do Quarteto em seus assuntos internos. O plano exige que os palestinos realizem eleições legislativas, mas não presidenciais e apontem um primeiro-ministro - passos vistos como forma de marginalizar Yasser Arafat. Os palestinos também querem a definição de um claro papel para monitores internacionais e uma melhor definição de como os dois lados passarão de uma fase para outra.

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