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Israel não coopera e ONU cancela missão

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta comissária para os direitos humanos da ONU, Mary Robinson, anunciou hoje que uma missão aos territórios palestinos para investigar possíveis abusos israelenses foi cancelada porque as autoridades do Estado judeu se recusaram a cooperar. "Os membros da missão ficaram sabendo que a sua visita não seria facilitada pela autoridades israelenses", disse Robinson em um comunicado. A missão foi determinada pelas 53 nações que compõem a comissão de Direitos Humanos da ONU no início deste mês. Desde então, Robinson vinha trabalhando, juntamente com o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe Gonzalez, para conseguir uma permissão de Israel para que a missão pudesse partir à região. Entretanto, em uma chamada telefônica, o chanceler israelense, Shimon Peres, disse hoje a Gonzalez que não haveria cooperação. Por outro lado, o embaixador israelense na ONU, Yaakov Levy, afirmou que nenhuma decisão sobre a cooperação foi tomada ainda. Segundo ele, a visita ainda está sendo considerada pelo governo de Israel. Em seu comunicado, Robinson disse que, segundo seu mandato, ela deverá produzir um relatório sobre "a deteriorada situação nos territórios palestinos ocupados com base em informações recolhidas pelas organizações presentes na área". Tal relatório será apresentado à comissão da ONU antes que a missão de seis semanas seja concluída, na próxima sexta-feira. Jenin Uma investigação sobre o ocorrido no campo de refugiados de Jenin "não é necessária", afirmou hoje Raanan Gissin, porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. "As provas sobre Jenin são visíveis para todos", disse Gissin. "Os que defendem a necessidade de uma investigação independente baseiam sua opinião em uma nova difusão de mentiras". Entre os que defendem uma investigação estão a ONU, vários governos ocidentais e dezenas de organizações internacionais de ajuda e de direitos humanos. Pouco antes das declarações de Gissin, um porta-voz da Casa Branca havia informado que o próprio George W. Bush, presidente dos EUA, se inclinaria por uma investigação no campo de refugiados de Jenin, que fora devastado pelos soldados israelenses e onde, segundo os palestinos, teriam sido assassinadas centenas de pessoas.

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