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Israel não violou suspensão de construções, diz EUA

Departamento de Estado alertou, no entanto, para cautela nesse tipo de decisão.

Por BBC Brasil
Atualização:

O Departamento de Estado americano afirmou, nesta segunda-feira, que a autorização do governo israelense para a construção de novos prédios em um assentamento judeu na Cisjordânia não viola o recente congelamento das construções anunciada pelo premiê Benjamin Netanyahu. "De um lado, (a decisão) não viola a moratória anunciada anteriormente pelos israelenses. De outro, esse é o tipo de coisa que ambos os lados devem tomar cuidado na medida em que avançamos com as negociações", disse o porta-voz Philip Crowley. As declarações foram feitas após o anúncio do ministério da Defesa de Israel sobre a autorização para a construção de 112 apartamentos no assentamento ultraortodoxo de Beitar Ilit, na Cisjordânia, às vésperas da retomada das negociações de paz com os palestinos. Em novembro de 2009, Netanyahu anunciou o congelamento das construções na Cisjordânia "para facilitar a retomada das negociações". Segundo o governo israelense, a construção em Beitar Ilit teria sido aprovada antes do anúncio da suspensão e serviria para suprir um problema de segurança, já que o prédio seria construúido em um enorme terreno baldio entre duas construções. "Beitar Ilit é uma permissão especial que veio após problemas de infraestrutura", disse unm comunicado do ministério da Defesa. Mas o anúncio não foi bem recebido pelo negociador palestino, Saeb Erekat. Segundo ele, a decisão "ameça" as negociações de paz que serão mediadas pelos EUA. O secretário geral da Liga Árabe, Amer Moussa, declarou que, com a medida, o governo israelense está enviando uma "mensagem negativa a Biden e a Mitchell". Ele se referiu à chegada do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao país. Durante a visita dele, está prevista a retomada das negociações entre israelenses e palestinos. Negociações O presidente palestino, Mahmoud Abbas, cedeu às pressões dos Estados Unidos e concordou em retomar as negociações de maneira indireta. O enviado especial do presidente americano Barack Obama para o Oriente Médio, George Mitchell, deverá servir como mediador entre Jerusalém e Ramallah e se encontrar separadamente com representantes israelenses e palestinos. De acordo Erekat, as negociações indiretas mediadas por Mitchell serão uma "última chance de manter o processo de paz vivo". As negociações entre israelenses e palestinos estão congeladas desde dezembro de 2008, quando o presidente palestino suspendeu o diálogo com o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, depois que Israel iniciou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza. Desde as eleições de fevereiro de 2009, que levaram Benjamin Netanyahu ao poder em Israel, não houve uma retomada do diálogo, e a liderança palestina anunciou que só voltaria à mesa de negociações se Israel congelasse totalmente a ampliação dos assentamentos nos territórios ocupados - inclusive em Jerusalém Oriental. No entanto, Abbas recebeu o apoio da Liga Árabe e da Organização pela Libertação da Palestina para as negociações indiretas, mesmo sem o congelamento dos assentamentos. * Colaborou Guila Flint, de Tel Aviv BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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