Israel ordena libertação de vice-premier palestino

O vice-primeiro-ministro foi detido em junho após o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit por comandos palestinos do Hamas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O tribunal militar israelense na base de Ofer ordenou nesta quarta-feira a libertação do vice-primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Nasser Eddin Sha´er, do Hamas, preso desde junho. A decisão da corte, segundo o advogado de Sha´er, Osama Saadi, implica uma série de limitações para o vice-primeiro-ministro palestino, pois não poderá entrar no distrito de Ramala, onde estão os escritórios do governo. O advogado acrescentou que esta limitação ficará vigente até 15 de outubro, sem explicar o motivo. Sha´er reside na cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia. O vice-primeiro-ministro foi detido em junho após o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit por comandos palestinos do Hamas e de outras facções palestinas de Gaza. Outras 21 personalidades do governo e do Parlamento foram detidas junto a Sha´er. A libertação ordenada pelo tribunal militar contradiz uma decisão adotada há dois dias pela corte de Ofer, que, a pedido do procurador-geral das Forças Armadas de Israel, ordenou mantê-los detidos até a conclusão das investigações a que estão sendo submetidos sob suspeita de participar de ataques terroristas. Fontes palestinas disseram que a libertação do vice-primeiro-ministro ajudará os esforços para conseguir a liberdade de Shalit, que está sendo mantido refém na Faixa de Gaza. Outro magistrado da corte de Ofer tinha ordenado há duas semanas a libertação após pagamento de fiança das 22 autoridades do Hamas, entre elas quatro ministros de governo, legisladores e prefeitos, mas o procurador-geral pediu o adiamento do cumprimento desta disposição e apelou da sentença. A fiança foi estipulada em quantias que vão de 18 mil a 25 mil "shekels" (US$ 4 mil e US$ 5 mil). Um argumento do juiz que primeiro ordenou sua libertação foi que Israel não deteve estas pessoas antes de serem eleitas nas eleições palestinas de janeiro deste ano, o que teria feito se as suspeitas que alegam agora contra elas fossem verdadeiras. Entre os que continuam na prisão, esperando a conclusão das investigações, estão o ministro de religiões da ANP, Naef Rajoub; o de Trabalho, Mohammed Barghouthi, o de assuntos de Jerusalém, Mohammed Abu Hafa, e o presidente do Conselho Legislativo, Aziz Dueik. Na decisão judicial de duas semanas atrás, o tribunal tinha indicado que, apesar de "existirem indícios que podem aparentemente servir de base para as demandas", os detidos deviam ser colocados em liberdade até o início do julgamento, se fossem processados.

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