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Israel pede aos EUA foguetes de dispersão, segundo o "NYT"

Foguetes seriam usados para a destruição das bases de lançamento de mísseis do Hezbollah

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel pediu ao Governo dos Estados Unidos que acelere o envio de foguetes de curto alcance carregados com centenas de granadas, que poderiam ser utilizados para atacar o Hezbollah no Líbano, informa nesta sexta-feira o jornal "The New York Times". Os foguetes de artilharia M-26 se caracterizam pelo impacto sobre uma ampla área, devido às numerosas pequenas bombas que levam. Disparados sobre zonas povoadas, eles podem causar muitas vítimas. Segundo o jornal, que cita como fontes dois funcionários americanos, os EUA podem aprovar "em breve" o envio das armas a Israel. No entanto, alguns funcionários do Departamento de Estado tentam atrasar a aprovação da remessa de armas. Eles temem que os foguetes causem vítimas civis, com repercussões diplomáticas. Os M-26 podem ser muito eficazes para a destruição das bases de lançamento de mísseis do Hezbollah escondidas. Mas é provável que causem vítimas civis se forem utilizados contra áreas povoadas, disseram as fontes ao jornal. Os EUA já haviam aprovado a venda dos M-26 a Israel, que alegou na época precisar deles para se defender de exércitos convencionais em caso de uma invasão de seu território, diz "The New York Times". Se a venda dos foguetes for autorizada agora, Washington deverá pedir às autoridades israelenses que utilizem a munição "com cuidado" para evitar vítimas civis, segundo o jornal. O jornal registra que, em 1976, Israel descumpriu um acordo que tinha com os EUA, pelo qual se comprometia a só utilizar este tipo de munição contra exércitos de países árabes e alvos claramente militares. A partir de 1982, durante a maior parte da década, os EUA estabeleceram uma moratória sobre a venda dos foguetes a Israel. Mas a Administração de Ronald Reagan suspendeu a restrição. Esta semana, o Departamento de Estado está revendo os relatórios de 1982 como parte de seu debate interno para aprovar definitivamente o envio, segundo o "NYT". No mês passado, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch disse ter provas de que Israel utilizou munição de dispersão no dia 19 de julho no povoado libanês de Bilda, deixando um civil morto e 12 feridos, inclusive sete crianças.

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