Atentados em Buenos Aires em 1992 e 1994 deixaram 114 mortos O governo de Israel pediu explicações à Argentina sobre relatos de que o governo argentino teria proposto ao Irã parar as investigações sobre dois atentados a bomba em Buenos Aires nos anos 1990 em troca da melhoria das relações entre os dois países. A Justiça argentina afirma que os ataques à Embaixada de Israel em Buenos Aires, que matou 29 pessoas em março de 1992, e ao centro judaico Amia, também em Buenos Aires, que deixou 85 mortos em 1994, teriam sido planejados pelo Irã e conduzidos pelo grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo governo iraniano. Israel e Estados Unidos também acusam o Irã pelos ataques. O Irã sempre negou envolvimento nos atentados. Um porta-voz do governo israelense disse que se as alegações forem verdadeiras, seria "uma demonstração de infinito cinismo e uma desonra aos mortos". O governo argentino não comentou as informações. Vazamento O suposto acordo entre a Argentina e o Irã foi divulgado no sábado pela revista argentina Perfil. A publicação cita o vazamento de um documento diplomático iraniano no qual a oferta argentina é relatada. "A Argentina não está mais interessada em solucionar os dois ataques, mas em troca prefere melhorar suas relações econômicas com o Irã", afirma o documento. Segundo a Perfil, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Hector Timerman, teria feito a oferta por meio de um contato com o presidente sírio, Bashar al-Assad, durante um encontro na Síria em janeiro. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, disse que Israel queria "esclarecimentos oficiais do Ministério das Relações Exteriores da Argentina em relação ao artigo". A mídia israelense relatou no domingo que o governo de Israel estaria estudando cancelar uma visita ao país programada por Timerman na semana que vem se os relatos forem comprovados. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.