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Israel permite tropas egípcias no Sinai e busca apoio para Mubarak

Por acordo de paz de 1979, Egito deve manter área desmilitarizada

Atualização:

 

JERUSALÉM - As autoridades israelenses disseram nesta segunda-feira, 31, que concordaram em permitir que o Egito transfira algumas centenas de soldados para a península do Sinai, pela primeira vez desde que os dois países chegaram a um acordo sobre a região. Pelo tratado de paz de 1979, Israel devolveu o Sinai ao Egito, em troca, o Egito concordou em deixar a área desmilitarizada.

 

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Com as manifestações de rua ameaçando o regime de Hosni Mubarak no Egito, as autoridades disseram que Israel concordou em permitir que o país transferisse dois batalhões, ou cerca de 800 soldados, para o Sinai. Os militares foram enviados para a área do balneário de Sharm el-Sheikh, na ponta sul do Sinai.

 

O Ministério de Relações Exteriores de Israel, por sua vez, solicitou a seus diplomatas no exterior que peçam aos EUA e aos países da União Europeia que parem de criticar o presidente egípcio Hosni Mubarak, afirmando que é do interesse do Ocidente que Mubarak permaneça no cargo, segundo informações do jornal israelense Haaretz.

 

Segundo o diário, a chancelaria emitiu a diretriz, por telegrama, a embaixadas em pelo menos 12 países na noite de sábado. Qualquer troca de regime no Egito colocaria a estabilidade da região em perigo, afirmou o ministério aos diplomatas, de acordo com o Haaretz. Membros do governo estão proibidos de falar oficialmente com a imprensa sobre o assunto.

 

Israel e o Ocidente apoiam o regime de Mubarak, apesar de o líder egípcio ser reconhecidamente considerado um ditador - ele está há 30 anos no poder. Um dos motivos para esse apoio é a manutenção de um Estado sem as diretrizes islâmicas, o que, aos olhos de israelenses e americanos, não é uma ameaça à segurança e À estabilidade da região.

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