Israel pode ter violado acordo sobre bombas, diz oficial

Relatório preliminar será enviado para o Congresso americano na segunda-feira

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Por Agencia Estado
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O Departamento de Estado dos EUA terminou um relatório preliminar sobre o uso indevido de bombas em áreas civis do Líbano por Israel. O porta-voz do Departamento de Estado, Kurtis Cooper, disse no sábado que o relatório será enviado ao Congresso na segunda-feira. Segundo o site do jornal The New York Times, o relatório afirma que Israel pode ter violado os acordos com os EUA sobre o uso de bombas de fragmentação fabricadas em território americano durante a guerra ocorrida no ano passado. "Estamos cumprindo seriamente nossas obrigações sob o Ato de Controle de Armas", disse Cooper. "O fato de enviarmos o relatório preliminar ao Congresso é uma indicação disso". O encontro de segunda deverá debater se Israel deveria ser penalizado pelo não cumprimento do acordo, já que o país fez uso de bombas de fragmentação contra vilas e cidades onde o Hezbollah posicionou seu lançadores de mísseis. ´Violação técnica´ Oficiais do Pentágono e do Departamento de Estado afirmaram que Israel violou as proibições americanas sobe o uso de munição fragmentária contra áreas povoadas, de acordo com oficiais. Mas os oficiais de ambos departamentos também concordaram que o uso ficou restrito para autodefesa, com o objetivo de frear os ataques do Hezbollah que mataram 159 israelenses. Segundo alguns oficiais, o descumprimento foi, na pior das hipóteses, só uma "violação técnica". O porta voz também afirmou que o "governo israelense está respondendo às suas responsabilidades ao divulgar informações". O Departamento de Estado deve notificar até mesmo descobertas preliminares de acordo com o ato citado por Cooper. No ano passado, Israel entregou ao Departamento de Estado um relatório de 12 páginas alertando sobre o uso de munições fragmentárias norte-americanas no sul do Líbano mas omitia a violação à proibição de ataque à áreas civis, disse um oficial. Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que a notificação ao Congresso ocorrerá na segunda, mas a determinação final sobre o caso ainda está em debate. "É importante lembrar que o Hezbollah usa civis inocentes para proteger seus guerrilheiros", disse o porta-voz. Mesmo que Israel tenha efetivamente violado o acordo, o estatuto prevê que o Presidente Bush decida se irá impor sanções ao país, a menos que o Congresso leve a medida à uma decisão legislativa. Israel fabrica sua própria munição fragmentária, portanto, os suprimentos americanos tem apenas um significado simbólico. Sanções Os EUA decidirão também se devem impor sanções devido ao descumprimento do acordo. Sanções contra Israel pelo mal uso de armamento não seria novidade. O governo Reagan impôs uma suspensão de seis anos para as vendas de armas de fragmentação à Israel em 1982, depois que uma investigação concluiu que o país estaria utilizando tais armamentos durante a invasão ao Líbano no mesmo ano. Bombas de fragmentação são armas de longo alcance que espalham pequenas fagulhas mortais sobre enormes áreas. Ao sul do Líbano, foram encontradas dezenas de milhares de estilhaços, que causaram 30 mortes e deixaram 180 feridos entre os civis, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Este texto foi alterado às 13h13 para acréscimo de informações

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