Israel pode trocar prisioneiros com Hezbollah

Premiê indica aceitar acordo para libertar libanês em troca de soldados seqüestrados em 2006

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Por AP e Jerusalém
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O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, concluiu que deveria aceitar uma troca de prisioneiros com o grupo xiita libanês Hezbollah, informou ontem um funcionário do governo israelense, que não quis se identificar. Segundo a fonte, Israel trocaria o libanês Samir Kantar pelos soldados israelenses Uri Goldwasser e Eldad Regev, cuja captura no Líbano, em 2006, deu início a uma guerra de um mês entre os dois países. Apesar de o Hezbollah não ter comentado o anúncio, a informação reforça os indícios de que uma negociação entre o grupo xiita e o governo israelense esteja em andamento. Kantar está cumprindo múltiplas sentenças de prisão perpétua pelo assassinato de quatro israelenses em um ataque contra um prédio de apartamentos, em 1979. Israel manteve o libanês preso todos esses anos esperando conseguir informações sobre o desaparecimento de Ron Arad, piloto israelense capturado no Líbano, em 1986. Uma troca de prisioneiros bem-sucedida representaria uma rara vitória política para Olmert, que foi duramente criticado por sua atuação no conflito de 2006. O premiê vem sofrendo pressões para renunciar desde que teve início uma investigação para verificar acusações de corrupção feitas contra ele. Ontem, Olmert recebeu críticas também de um tradicional aliado: os EUA. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, criticou o projeto israelense de construir mais 1,3 mil casas em Jerusalém Oriental. Ela afirmou que as ações de Israel estão causando um "efeito negativo" na atmosfera das negociações do processo de paz. Para Condoleezza, colônias judaicas construídas agora por Israel não serão consideradas territórios israelenses pelo governo americano. Ela afirmou que essas colônias "não preocupam somente aos palestinos, mas também à Europa e aos EUA". As críticas de Condoleezza foram as mais duras já feitas pelo governo dos EUA sobre os assentamentos.

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