Israel prende mulher de militante que tentava viajar a Porto Alegre

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Agentes secretos israelenses prenderam a mulher de um militante palestino suspeito de enviar radicais islâmicos para assassinar um ministro do Estado judeu, denunciaram familiares nesta quinta-feira. Funcionários do governo de Israel recusaram-se a comentar o episódio. Um grupo de defesa dos direitos humanos e os familiares de Ablah Saadat, de 47 anos, disseram que ela foi presa quando tentava cruzar a fronteira entre Cisjordânia e Jordânia, onde pretendia pegar um avião para o Brasil para participar de um debate sobre prisioneiros políticos. Seu marido, Ahmed Saadat, é líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), uma facção radical da OLP que assumiu a autoria do assassinato do ministro ultradireitista israelense Rehavam Zeevi num hotel de Jerusalém em 17 de outubro de 2001. Na época, o grupo anunciou ter promovido o atentado para vingar a morte de Mustafa Zibri, seu ex-líder, vítima da política israelense de "assassinatos seletivos" de suspeitos dois meses antes da morte de Zeevi. Ahmed Saadat e outros quatro suspeitos de participação no assassinato do então ministro de Turismo de Israel estão presos em Jericó, numa prisão palestina supervisionada por norte-americanos e britânicos. Saadat não foi levado a julgamento. Os outros quatro foram condenados pelo assassinato de Zeevi por uma corte palestina improvisada. Ablah Saadat, esposa de Ahmed e mãe de quatro filhos, não possui nenhuma ligação com o grupo de seu marido, defendeu sua sogra, Fathiyah Saadat. Ela passava pela Ponte Allenby, sobre o Rio Jordão, na manhã de hoje, quando se dirigia a um aeroporto para viajar ao Brasil, onde deveria falar sobre a detenção de seu marido numa conferência sobre prisioneiros políticos. Sua sogra contou que ela telefonou dizendo que fora detida na fronteira por agentes secretos israelenses. Desde então, não se soube mais dela. halida Jarrar, ativista de um grupo de defesa dos direitos humanos, disse ter sido informada por soldados israelenses que Saadat foi levada para a base militar de Beit El, perto de Ramallah. Enquanto isso, na Faixa de Gaza, um palestino disfarçado de ulher tentou cruzar um posto de checagem israelense, mas foi detido. Pouco antes, ele havia disparado contra um assentamento judaico, disseram militares israelenses. Ainda nesta quinta-feira, o grupo Paz Agora denunciou a destinação desproporcional de verbas do governo israelense em favor de assentamentos judaicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Mais de 200.000 israelenses vivem em comunidades estabelecidas em terras reivindicas pelos palestinos para o estabelecimento de seu futuro Estado independente. De acordo com o Paz Agora, uma quantia equivalente a US$ 450 milhões foi gasta em assentamentos judaicos em 2001. O grupo denunciou que o governo israelense destina em média US$ 1.500 per capita a mais a cada colono judeu, em comparação com o restante da população israelense. Veja o especial sobre os Fóruns de Davos e Porto Alegre

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.