Israel proíbe o termo ''catástrofe'' em livros usados em escolas árabes no país

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Por AP
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O governo israelense decidiu retirar de livros didáticos o termo árabe "nakba", que descreve a criação do Estado judaico, em 1948, como uma "catástrofe", informou ontem o Ministério da Educação de Israel. Há dois anos, quando estava na oposição, o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, afirmou que o uso da palavra "nakba" em escolas árabe-israelenses era o equivalente a divulgar propaganda anti-Israel. No livro em questão, direcionado para crianças de 8 e 9 anos, um texto descreve assim o conflito em 1948: "Os árabes qualificaram a guerra de ?nakba? - uma guerra de catástrofes, perdas e humilhação - e os judeus a chamaram de Guerra da Independência." "Após analisar a questão com especialistas em educação, ficou decidido que o termo ?nakba? deveria ser removido dos livros. É inconcebível que em Israel falemos da criação do Estado como uma catástrofe", disse, Yisrael Twito, porta-voz do Ministério da Educação. O termo - que não é usado nos livros de colégios judaicos - foi introduzido nas escolas árabes em 2007, quando o responsável pelo Ministério da Educação era Yuli Tamir, do Partido Trabalhista, de centro-esquerda. A palavra "nakba" é usada por palestinos para descrever a fundação de Israel, em uma guerra na qual 700 mil palestinos tiveram de fugir ou foram expulsos de suas casas. Jafar Farrah, diretor de um grupo de advocacia árabe-israelense chamado Mossawa, afirmou que a decisão vai apenas complicar ainda mais o conflito. Para ele, é uma tentativa de distorcer a verdade e inflamar o confronto com os árabes que vivem em Israel, comunidade que já é um quinto da população do país, que tem cerca de 7 milhões de habitantes.

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