Israel quer evitar processo por suposto crime de guerra

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Por AE-AP
Atualização:

Após um duro relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre supostos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza, Israel prepara várias medidas para evitar um possível processo internacional contra seus líderes políticos e militares. O país contratou advogados, pediu apoio de governos ocidentais e iniciou uma blitz de relações públicas.Israel rejeita a investigação da ONU sobre a ofensiva militar do país na Faixa de Gaza, alegando que o documento é tendencioso. As mais recentes medidas, porém, mostram que o governo israelense está claramente preocupado.O relatório da ONU parece ter dado força a grupos partidários dos palestinos, que esperam há anos levar os israelenses à justiça, em países que reconhecem o conceito da "jurisdição universal". Segundo esse conceito, é possível processar pessoas por crimes não relacionados com o próprio território do país ou seus cidadãos.O documento acusa também o Hamas de cometer crimes de guerra, ao lançar indiscriminadamente ataques com foguetes em áreas civis de Israel. O Conselho de Direitos Humanos da ONU deve votar o relatório nesta sexta-feira. Isso poderia resultar em um julgamento por crimes de guerra na Tribunal Penal Internacional (TPI). A via mais comum para o TPI, porém, é através do Conselho de Segurança da ONU.Preocupadas, autoridades israelenses estabeleceram uma força-tarefa com especialistas em direito e advogados militares para proteger funcionários de possíveis processos no exterior. A informação foi divulgada por um funcionário que pediu anonimato. A iniciativa também prevê a contratação de advogados no exterior, para analisar a questão em países específicos.A ofensiva israelense em Gaza matou 1.400 palestinos, incluindo mais de 900 civis. Trinta israelenses foram mortos no mesmo período. Israel alega que a maioria das vítimas em Gaza era de militantes e que civis foram atingidos pois os membros do Hamas buscavam proteção em áreas residenciais.

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