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Israel rechaça lista de suspeitos apresentada por palestinos

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel rechaçou nesta terça-feira uma lista de mais de 50 pessoas que os palestinos exigem que o Estado judeu prenda por supostos ataques contra palestinos. Israel considerou o pedido uma manobra de propaganda. A iniciativa dos palestinos é a resposta a uma exigência israelense de que os palestinos prendam uma lista de suspeitos que o Estado judeu acusa de terem promovido ataques terroristas. Nas proximidades da fronteira entre Gaza e o Egito, um garoto palestino de 10 anos foi gravemente ferido por disparos israelenses, informaram médicos. Militares israelenses disseram que palestinos lançaram 13 granadas contra um posto do exército, e os soldados responderam ao fogo. Enquanto isso, autoridades israelenses investigavam a morte de um jovem de 18 anos de Pisgat Zeev, uma vizinhança israelense na disputada Jerusalém Oriental. O corpo de Yuri Gushtzin, esfaqueado e baleado, foi encontrado nas proximidades de um assentamento judeu perto de Ramallah, Cisjordânia. A polícia recusou-se a comentar as circunstâncias do assassinato, mas alguns moradores de Pisgat Zeev temiam que os ataques palestinos estivessem sendo ampliados além dos assentamentos nos territórios para incluir a disputada parte de Jerusalém. "Até esta manhã, pensei que eu não era mais um fugitivo, depois que me mudei para cá, de um assentamento no ano passado", disse Ilana, de 37 anos e mãe de quatro filhos. "Esse assassinato prova que ninguém neste país está seguro". Autoridades israelenses afirmaram no mês passado que haviam entregue aos palestinos uma lista de supostos terroristas para serem presos. Elas advertiram que Israel agiria por conta própria caso os palestinos não promovessem as prisões; e desde então vários palestinos procurados foram assassinados. Em Jerusalém, o tenente-general Shaul Mofaz, comandante do Estado Maior israelense, repetiu, nesta terça-feira, que a Autoridade Palestina, do líder Yasser Arafat, "transformou-se numa organização terrorista, e muitas das pessoas que fazem parte das organizações de segurança palestinas participam de ataques terroristas". Houve, entretanto, sinais de que Arafat pode ter começado a agir para conter a violência. Na terça-feira, fontes de segurança palestinas disseram que cerca de duas dúzias de palestinos foram presos na Cisjordânia e Faixa de Gaza por violações do cessar-fogo de junho, que não foi respeitado. Não se sabe se alguns dos presos constavam da lista israelense. A prisão, pelos palestinos, de membros do Hamas e do Comitê de Resistência Popular - um grupo que apóia o movimento Fatah, de Arafat, mas quer um levante mais ativo - provocou distúrbios em Gaza. Ninguém ficou ferido, mas o incidente foi uma das maiores demonstrações de revolta contra oficiais de segurança palestinos. Arafat retornou nesta terça-feira a Gaza de Abu Dhabi, onde autoridades palestinas disseram que ele estava interrompendo sua viagem em vista da violência interna. Mais tarde, entretanto, outra autoridade negou que Arafat houvesse encurtado sua estada nos Emirados Árabes Unidos. O chefe da inteligência palestina Tawfiq Tirawi confirmou que uma lista seria entregue aos israelenses, numa reunião conjunta de segurança, nesta quarta-feira. "A Autoridade (Palestina) tem prova da participação deles em bárbaros crimes contra palestinos, e se eles não tomarem medidas para pará-los, eles terão de assumir a responsabilidade", afirmou Tirawi. "Não vamos deixar que colonos judeus na Cisjordânia e Faixa de Gaza matem e aterrorizem nosso povo". Oficiais de segurança palestinos disseram que todos os 50 da lista são colonos judeus. Palestinos acusam colonos de terem matado a tiros na semana passada um bebê de três meses e dois de seus parentes - assassinatos assumidos por um obscuro grupo extremista judeu com raízes em assentamentos da Cisjordânia. Colonos judeus também têm espancado palestinos e destruído e incendiado suas propriedades, depois que colonos foram atacados a tiros e pedradas por palestinos em estradas. Raanan Gissin, um assessor do primeiro-ministro Ariel Sharon, afirmou que a lista palestina de israelenses era "um dos jogos de relações públicas deles". Israel, garantiu, persegue israelenses suspeitos de ataques contra palestinos e "se pegamos alguém sabemos o que fazer - eles são julgados e colocados atrás das grades". Gissin acrescentou ainda que "primeiro deixe-os cuidar dos deles... e então eles podem fazer exigências para nós".

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