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Israel rejeita iniciativa européia para paz no Oriente Médio

Para ministra do Exterior, Tzipi Livni, é inaceitável que uma iniciativa que diz respeito a Israel seja executada sem a coordenação israelense

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra do Exterior israelense, Tzipi Livni, disse nesta quinta-feira, 16, que seu país rejeitou a acordo de paz patrocinado pela Espanha, Itália e França que sugere o aumento da participação internacional no conflito entre israelenses e palestinos. Livni disse a sua contraparte espanhola, o ministro Miguel Angel Moratinos, que é inaceitável que uma iniciativa que diz respeito a Israel seja executada sem coordenação israelense. Ela falou a Moratinos que se os responsáveis pela iniciativa estiverem dispostos, devem dialogar com Israel sobre qualquer nova iniciativa. Um alto oficial israelense, que não quis se identificar, afirmou que "até a União Européia (UE) não está interessada na idéia (do novo plano de paz). Essa iniciativa não irá perdurar". Já o porta-voz da Autoridade Palestina (AP), Nabil Rudineh, disse nesta quinta que seu governo recebeu de braços abertos a iniciativa, em particular a parte que diz respeito à intervenção internacional. Ainda nesta quinta, Livni sugeriu o início de um processo político com elementos moderados da AP. Ela disse que Israel deve continuar lutando a "guerra ao terror", mas simultaneamente enviou uma proposta de negociação para aqueles que vivem nos territórios palestinos e não apóiam o terror. "Nosso interesse não é na guerra, mas num processo que levará a uma vida pacífica", completou. A iniciativa Mais cedo nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, havia anunciado a adesão de seu país à iniciativa em reunião com o presidente da França, Jacques Chirac, realizada nesta quinta-feira em Gerona, na Espanha. "A paz entre israelenses e palestinos significa, numa visão mais ampla, a paz no cenário internacional", declarou Zapatero durante entrevista coletiva concedida ao lado de Chirac. "Não podemos permanecer impassíveis em face do horror que perpetua-se diante de nossos olhos", declarou. Em Roma, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, qualificou o plano como "uma série de ações com o objetivo de obter um resultado concreto em uma situação na qual o sofrimento atingiu índices intoleráveis". Chirac, por sua vez, manifestou a esperança de que a União Européia (UE), com o empenho do chefe de política externa do bloco, Javier Solana, procure "iniciar as reformas políticas necessárias" para resolver a situação no Oriente Médio. A iniciativa franco-italiana tem cinco pontos: 1) Um cessar-fogo imediato; 2) Formação de um governo de unidade nacional nos territórios palestinos que obtenha reconhecimento internacional; 3) Realização de uma troca de prisioneiros entre o Exército israelense e os militantes palestinos; 4) Concretização das negociações formais entre o primeiro-ministro de Israel e o presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP); 5) Formação de uma missão internacional de paz para monitorar o cessar-fogo em Gaza.

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