Israel reocupa Faixa de Gaza

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército de Israel reocupou nesta terça-feira uma porção do território autônomo palestino no norte da Faixa de Gaza e informou que permanecerá na região por tempo indeterminado, com a finalidade de impedir supostos militantes do grupo Hamas de dispararem foguetes contra a cidade israelense de Sderot. A área de Gaza reocupada por Israel compreende as cidade de Beit Hanoun e Beit Lahiya e o campo de refugiados de Jabaliya. Os soldados do Exército do Estado judeu cercaram casas, estabeleceram postos de checagem e cavaram trincheiras. A reocupação ocorre no momento em que Mahmoud Abbas considera o convite de Yasser Arafat para ocupar o cargo de primeiro-ministro palestino. A escolha de Abbas, o segundo na hierarquia da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), pode sinalizar que Arafat teria desistido da idéia de indicar um primeiro-ministro sem influência política. "Poderei responder quando ficar claro qual tipo de autoridade terá o primeiro-ministro", afirmou Abbas à Associates Press, nesta sexta-feira. Em 29 meses de intifada (levante palestino contra a ocupação israelense) é a primeira vez que os militares invadem amplas áreas da Faixa de Gaza com a intenção de ficar. Até então, o Exército vinha realizando incursões esporádicas, intensificadas nas últimas semanas. Na ação, 15 pessoas ficaram feridas - os palestinos dizem que eles foram atingidos por um tanque; os israelenses alegam que foi uma bomba lançada por militantes extremistas. No centro do território, três militantes palestinos que dispararam contra um comboio de carros levando colonos judeus foram mortos pelo Exército. Ao anoitecer, dois palestinos armados, disfarçados de seminaristas judeus, atacaram a colônia judaica de Kiryat Arba, perto de Hebron, na Cisjordânia, matando dois israelenses e ferindo oito. Eles foram mortos depois de terem se entrincheirado num prédio do seminário local. Menos de duas horas depois, tropas de Israel mataram outros dois palestinos que tentavam entrar na colônia vizinha, de Negohot. O conflito palestino-israelense intensificou-se em fevereiro, com freqüentes incursões do Exército de Israel após quatro soldados terem sido mortos numa emboscada do grupo Hamas. Mais de 70 palestinos foram mortos desde então. Ainda nesta sexta-feira, o Hamas assumiu a autoria de um atentado que causou a morte, anteontem, de 14 israelenses, um norte-americano e um homem-bomba palestino. O grupo informou que seu ataque foi uma retaliação às recentes operações do Exército israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

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