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Israel responde a assessor de Bento XVI

Cardeal é criticado por comparar Gaza a ?grande campo de concentração?

Por Reuters e Cidade do Vaticano
Atualização:

Israel respondeu ontem às declarações do presidente do Conselho do Vaticano para Justiça e Paz, cardeal Renato Martino, que comparou a Faixa de Gaza a "um grande campo de concentração". "Ver o vocabulário da propaganda do Hamas vindo de um membro do Colégio de Cardeais é chocante e desapontador", disse ontem o porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor. "Nós estamos espantados de ouvir de um dignitário espiritual palavras que estão tão longe da verdade e da dignidade." Assessor do papa Bento XVI, Martino fez as declarações durante um discurso para diplomatas em que criticou o uso da força em Gaza tanto por Israel quanto pelo grupo islâmico Hamas. Líderes judeus ao redor do mundo também condenaram Martino. "Seus comentários são ofensivos e um insulto à memória do Holocausto e seus sobreviventes", afirmou Elan Steinberg, vice-presidente da Associação de Judeus Americanos Sobreviventes do Holocausto e seus Descendentes. "Ou ele (Martino) está tentando disseminar propaganda anti-israelense de forma nefasta, ou não tem a menor ideia das condições desumanas dos campos de concentração", afirmou Stephen Kramer, secretário-geral do Conselho dos Judeus na Alemanha. VIAGEM À TERRA SANTA A ação militar em Gaza e as críticas às declarações do cardeal dificultaram os preparativos de uma visita do papa à Terra Santa, que vinha sendo programada para maio. Agora, segundo fontes diplomáticas, há grande possibilidade de que a viagem seja cancelada. Em seu discurso anual para diplomatas, no Vaticano, Bento XVI pediu paz e tentou amenizar a polêmica. "A guerra está provocando estragos imensos para as populações civis (em Gaza e em Israel)", afirmou o pontífice. "A violência, venha de onde ela vier, deve ser condenada. A solução militar nunca é uma saída."

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