
06 de agosto de 2014 | 02h01
"Missão cumprida", escreveu em sua página do Twitter o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz do Exército de Israel. Pouco antes do início da trégua, o Hamas lançou uma salva de foguetes e explicou que se tratava de uma vingança pelos "massacres" cometidos por Israel. O escudo de mísseis israelense interceptou um foguete disparado contra Jerusalém, informou a polícia. Outro teria atingido uma casa perto de Belém, na Cisjordânia, sem deixar feridos.
O porta-voz militar israelense, Peter Lerner, declarou que o Exército destruiu os túneis em Gaza, escavados pelo Hamas para emboscadas fronteiriças a um custo estimado de US$ 100 milhões. Autoridades admitiram que alguns podem não ter sido detectados e seriam alvos no futuro. O comando militar do sul de Israel garantiu aos moradores que fugiram da região que é seguro voltar para casa, embora alguns não estejam convencidos de que a ameaça de túneis e foguetes tenha sido eliminada.
A movimentação se intensificou na Cidade de Gaza, com os moradores saindo às ruas para fazer compras e sacar dinheiro dos caixas automáticos, nos bancos ainda fechados. No norte, as cidades de Jabalya, Beit Lahiya e Beit Hanun continuavam semidesertas. Alguns moradores disseram que preferiam continuar nas escolas onde estão abrigados, por receio de que a trégua não perdurasse. Cerca de 500 mil pessoas estão desabrigadas, de uma população total de 1,8 milhão. Autoridades de Gaza dizem que a guerra já matou 1.875 palestinos, a maioria civis - 408 crianças. Israel afirma que 64 de seus soldados e 3 civis foram mortos.
O Hamas começou ontem a elaborar sua narrativa de uma vitória sobre Israel. O porta-voz Sami Abu Zuhri qualificou a ofensiva, iniciada dia 7, de "100% fracassada". O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com seu gabinete em Jerusalém para discutir o pós-conflito. Israel, Hamas e Jihad Islâmica, outro grupo com base na Faixa de Gaza, enviaram representantes para o Cairo para negociar. O Departamento de Estado dos EUA recebeu bem a trégua e convocou as partes a "respeitá-la completamente". A porta-voz do departamento, Jen Psaki, afirmou que Washington continuará com seus esforços para ajudar os dois lados a obter "uma solução duradoura e sustentável no longo prazo".
Demissão. A ministra britânica, Sayeeda Warsi, renunciou ontem em protesto contra a política de seu governo em relação à guerra em Gaza, revelando as divisões em Londres sobre o conflito. Warsi, que era secretária de Estado para Fé e Comunidades, justificou sua saída dizendo que a posição de Londres é "moralmente indefensável". / COM REUTERS
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