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Israel varrerá nomes árabes

Placas de sinalização terão só a denominação em hebraico

Por France Presse
Atualização:

Israel apagará os nomes árabes das cidades israelenses nas placas indicadoras e manterá apenas as palavras em hebraico, anunciou ontem o Ministério dos Transportes israelense. Jerusalém, por exemplo, aparecerá apenas como "Yerushalayim", sem nenhuma menção ao termo árabe "Al-Qods" (A Santa). Nas placas em inglês, "Jerusalem" passará a ser "Yerushalayim"; "Nazareth", a principal cidade árabe, se chamará "Natzrat"; "Jaffa", perto de Tel-Aviv, aparecerá com a palavra "Yafo" e "Safed", na Galileia, com a de "Tzfat". "O ministro Israel Katz tomou a decisão, cuja aplicação ocorrerá progressivamente, e a tarefa será executada pelo serviço de Obras Públicas", disse uma porta-voz à France Presse. Em declarações ao jornal de grande tiragem Yediot Ahronot, o ministro do Likud, o partido de direita do primeiro-ministro Binyamin Bibi Netanyahu, disse que esta é uma resposta à negativa dos palestinos de designar localidades israelenses com seu nome em hebraico. "Nos mapas palestinos, os nomes das localidades israelenses ainda aparecem com frequência com seus nomes árabes, de antes da Guerra de 1948", declarou. Ele especificou que a mudança dos nomes não afetará as cidades palestinas da Cisjordânia, sob administração da Autoridade Palestina. Em 1949, foram atribuídas centenas de nomes de origem bíblica às novas cidades israelenses nos locais onde antes existiam aldeias árabes posteriormente destruídas. Na época, o premiê David Ben Gourion escreveu: "Devemos abandonar os nomes árabes por razões políticas, da mesma forma que não reconhecemos politicamente aos árabes o direito de possuir o país." Em janeiro de 1968, o governo de união sob o Partido Trabalhista, decidiu que a Cisjordânia se chamaria "Judeia e Samaria".

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