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Israelenses realizam ato em memória de Yitzhak Rabin

Sem a participação de políticos, estrela do encontro em homenagem ao Nobel da Paz foi o escritor David Grossman, que teve filho morto em combate no Líbano

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de pessoas participaram neste sábado da concentração anual na cidade israelense de Tel-Aviv em memória do ex-primeiro ministro israelense e Prêmio Nobel da Paz Yitzhak Rabin, assassinado por um extremista judeu há 11 anos. Pela primeira vez, nenhum político discursou para o público. Sem a presença do atual primeiro-ministro, Ehud Olmert, e de Shimon Peres (que sucedeu Rabin), coube ao escritor David Grossman fazer o principal discurso. "Uma das coisas difíceis que o último conflito pôs em evidência é o sentimento de que atualmente não há um rei em Israel. O sentimento é de que nossa liderança está vazia", disse Grossman, cujo filho Uri morreu enquanto lutava no sul do Líbano contra milicianos do Hezbollah. "Não é fácil olhar para nós mesmos este ano. Houve uma guerra, Israel mostrou sua enorme força militar, mas depois mostrou fraqueza e fragilidade", acrescentou. No discurso, ele usou a palavra "terrível" para expressar o sentimento sobre a morte do filho. "Mas não menos terrível que o sentimento de que há muitos anos Israel perde de maneira criminosa não só a vida de seus filhos, mas o milagre, a possibilidade de criar um Estado democrático e civilizado." Desde a primeira hora da tarde, as ruas adjacentes à Praça de Rabin, no centro de Tel Aviv, foram fechadas por cerca de 500 agentes de segurança para permitir que o ato transcorresse sem incidentes. Yitzhak Rabin teve papel fundamental no Acordo de Paz de Oslo e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1994, junto com o líder da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, e o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres, pelos esforços a favor da paz do Oriente Médio. Ele foi assassinado no dia 4 de novembro de 1995 pelo estudante judeu ortodoxo Yigal Amir quando participava de comício pela paz na Praça dos Reis (hoje Praça Yitzhak Rabin), em Tel Aviv. Amir, militante de extrema-direita, se opunha às negociações com os palestinos.

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