03 de janeiro de 2013 | 15h21
Monti, que governou entre novembro de 2011 até dezembro do ano passado, e agora está como interino no cargo até as eleições, é senador vitalício e participa de uma coalizão de centro-direita. Berlusconi, que governou a Itália em 1994, entre 2002 e 2006 e depois entre 2008 e 2011, quer voltar ao poder, liderando seu partido de centro-direita, o Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano). Berlusconi não conta, contudo, com o apoio da democracia cristã e dos partidos centristas, que passaram a apoiar Monti.
O magnata, condenado recentemente por evasão fiscal, respondeu às criticas de Monti. "Monti é um professor e os professores não gostam de serem contestados. Os professores têm o salário garantido e não sabem quais são as dificuldades que uma empresa enfrenta diariamente", disparou Berlusconi.
Já Monti afirma que um segundo mandato lhe permitirá implantar suas políticas e levar a Itália novamente ao crescimento econômico. "Eu gostaria que existisse algo como um ''Monti 2''", disse o premiê, ao acrescentar que seu governo técnico "faz boas coisas para a Itália".
O governo Monti impôs aumentos de impostos e cortes de gastos que protegeram a Itália da crise da dívida na zona do euro, quando parecia que o país seria arrastado para um caminho parecido ao da Grécia, no final de 2011. Mas os críticos afirmam que as medidas de Monti na realidade atingiram os segmentos mais frágeis da sociedade italiana, enquanto mantiveram os privilégios dos bancos e das grandes empresas. Monti também afirmou que Bersani precisa afastar os comunistas e "conservadores" da centro-esquerda italiana, que impedem as reformas na economia. Monti também criticou a principal central sindical italiana, a Cgil, de impedir as reformas trabalhistas. A presidente da Cgil, Susanna Camusso, afirmou que Monti "não conhece a Itália".
As informações são da Associated Press e da agência Ansa.
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