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Itália prende 15 supostos terroristas

Por Agencia Estado
Atualização:

Numa ação conjunta com a Marinha dos Estados Unidos, a Itália anunciou hoje a prisão de 15 paquistaneses, suspeitos de integrar a Al-Qaeda - a rede terrorista do saudita Osama bin Laden responsabilizada pelos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington que deixaram mais de 3 mil mortos. Os suspeitos estavam num cargueiro com a bandeira de Togo (África), abordado em agosto pela Marinha italiana perto do porto de Gela (Sicília). "Temos certeza de que essa gente integra a Al-Qaeda", disse Santi Giuffre, chefe da polícia da cidade siciliana de Caltanissetta, que submeteu os suspeitos a intenso interrogatório. "Encontramos em poder deles farta documentação que podem comprovar as acusações", acrescentou. A documentação foi enviada a especialistas da Marinha americana para análise. A maioria dos paquistaneses usavam nomes em código, o que aumentou as suspeitas. Havia em poder deles números de telefones celulares para contatos em vários países europeus, principalmente Espanha. Pelo menos quatro deles figuram na lista dos serviços secretos americanos de membros da rede terrorista de Bin Laden. Eles figuravam como tripulantes do cargueiro, de propriedade de um romeno que mudou o nome da embarcação cinco vezes nos últimos cinco anos. Carregado com 80 toneladas de chumbo, o navio procedia do Marrocos e se dirigia à Líbia. Mas desviou repentinamente de sua rota, ingressando no mar territorial italiano. "Aparentemente, eles não iam cometer nenhum atentado na Itália", ressaltou Giuffri. "Provavelmente, pretendiam entrar em contato com outros membros da rede na Europa." Todos eles tinham passagens de ida e volta em Karachi (Paquistão) e Casablanca (Marrocos). Os passaportes foram entregues à embaixada paquistanesa em Roma. "São todos falsos" disse um porta-voz da representação. "Não tivemos autorização para falar com eles, mas achamos que não são paquistaneses", acrescentou. O funcionário paquistanês estranhou a atitude da Itália, dizendo que o Paquistão, "país da linha de frente da luta antiterrorista", deveria ter acesso a todas as informações sobre o caso.

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