
14 de junho de 2011 | 00h00
A Itália rejeita apoiar uma eventual declaração de independência por parte das autoridades palestinas e insiste que o reconhecimento do novo Estado exigiria uma declaração do Hamas de que aceita e respeita a existência de Israel. O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, em uma reunião em Roma com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Israel lidera uma campanha mundial para conter o apoio a um eventual reconhecimento unilateral da independência dos palestinos durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro.
A Itália é a primeira entre as principais potências do G-8 a negar categoricamente a possibilidade de uma independência palestina, o que foi celebrado pela diplomacia israelense como uma vitória. "Não pensamos que uma solução unilateral possa ajudar a fazer avançar a paz, nem pelos palestinos nem pelos israelenses", disse Berlusconi. Para ele, o "objetivo principal" é conseguir antes que o Hamas reconheça a existência de Israel.
Berlusconi já teria dado seu recado ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, insistindo que não apoiará a declaração durante a Assembleia-Geral da ONU. "A forma de fazer avançar o processo de paz é via negociação", disse. Berlusconi também ofereceu a Sicília como sede de uma cúpula de paz entre israelenses e palestinos para tentar relançar a negociação.
"Não há melhor amigo de Israel que Berlusconi", disse Netanyahu, insistindo que a posição de Roma deve servir de "modelo". Para ele, um voto na ONU reconhecendo os palestinos afetaria o processo de paz.
O italiano garantiu ser a favor de um " Plano Marshall" para reconstruir a economia palestina. A Itália elevou a representação palestina em Roma para a condição de embaixada. A medida seria uma forma de incentivo para que os palestinos continuem a negociar.
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